"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 4 de maio de 2014

"VOLTA, LULA", O GOLPE

 
O Brasil vive momento crítico. Com medo de perder a disputa pelo Planalto, um grupo expressivo do PT, da elite econômico-financeira e de políticos da base governista conspira para derrubar a candidatura de Dilma à reeleição.
No lugar, querem impor Lula, mais confiável e imbatível, pelo menos no imaginário dessa gente. O que tentam fazer com ela tem nome: é golpe. E esse movimento golpista ganha força e se intensifica à medida que pesquisas se sucedem, apontando recuo nas intenções de voto da presidente.

Sem o traquejo político do sapo barbudo, mas dura na queda, Dilma já avisou: queiram ou não, os insatisfeitos do PT e da base aliada terão que a engolir. Afinal, nas ruas, os sinais indicam que o desencanto popular vai muito além da presidente.
Em junho passado, antes de a violência de policiais e de black blocs afastarem o povo comum das manifestações, o que se via era um descontentamento generalizado contra a corrupção e os políticos. Militantes reais ou de aluguel, com bandeiras de qualquer partido, não foram bem-recebidos nos protestos.

Nesta semana, porém, o recado aos petistas foi mais direto e até inimaginável. Em evento da CUT, em São Paulo, trabalhadores não apenas vaiaram, como atiraram latas de cerveja e refrigerante em Haddad, Padilha e Suplicy.
Eles deixaram o palanque e foram embora sem conseguir sequer discursar. Quem em sã consciência poderia imaginar um ato dessa natureza em ano eleitoral e em pleno berço petista? São sinais inquietantes para o partido que nasceu e se criou dentro dos sindicatos.

Antes de chegar ao Planalto, o PT só tinha votos entre os trabalhadores mais politizados e a camada mais esclarecida da população. Hoje, a esperança de se manter no poder está ancorada sobretudo no voto dos grotões. Anos atrás, esse eleitorado da parte mais baixa e menos instruída da pirâmide era curral de caciques da direita.
Votava em troca de tijolos, cestas básicas, dentaduras e outros mimos distribuídos em tempos de eleição. Com a consolidação da bolsa família, trocou de lado. No mínimo, apostam governistas, esse voto já garante a ida ao segundo turno. Mas a reeleição - mesmo sem Marina como candidata a presidente - já não parece assim tão certa.
04 de maio de 2014
Plácido Fernandes Vieira, Correio Braziliense





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