"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 4 de maio de 2014

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO 2



 
Uma Constituinte Exclusiva (golpe institucional no melhor estilo do socialismo boliviariano do Foro de São Paulo) e o tão sonhado projeto de regulamentação da mídia (nos moldes de leis restritivas à liberdade de informação aprovadas na Argentina e Venezuela). Estas duas prioridades foram claramente definidas no espetaculoso 14º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo.

Concretamente, o evento petista deu uma travada na autofágica guerra interna no PT que pregava o “volta, Lula”. Boatos chegaram a revelar que Dilma Rousseff teria cometido a bravata de “ameaçar renunciar”, caso sua candidatura não fosse lançada, oficialmente, antes da convenção do PT. O rosto animado de Lula, levantando o braço de sua “campeã”, revela como o subconsciente trai quem falta com a verdade política...

O plano de golpe petralha ficou bem delineado. Além de puxar a votação simbólica para definir, claramente, que a Presidenta Dilma é a candidata è reeleição, sem o risco de ser atropelada pelo Presidentro Lula da Silva (que não poderia voltar de onde nunca saiu de fato), o presidente do PT, Rui Falcão, deixou claro que a reforma constitucional e a intervenção legal no controle dos meios de comunicação de massa são as prioridades do partido, após a prioritária luta pela vitória de Dilma. O plano golpista de Falcão foi endossado por Lula, olhando para Dilma: “Temos que discutir marco regulatório para democratizar os meios de comunicação. O que causa preocupação é que o principal partido de oposição à vossa excelência é a nossa gloriosa imprensa”.

Tem culpa a imprensa?
 

Lula não conseguiu mentir nem para ele mesmo, ao admitir, psicologicamente, que existe risco de derrota: “Nós estamos com o jogo mais ou menos garantido, mas não podemos entrar de sapato alto”. Só faltou o Presidentro ter a sinceridade de lembrar que os principais adversários de Dilma, que têm tudo para derrotá-la, foram fabricados por seu desgoverno: “aumento real do custo de vida” com “perda do poder de compra dos salários” (vulgo inflação), “juros cada vez mais altos” com “lucros recordes para os bancos e dificuldades para quitar o crédito tomado a fórceps” e “má gestão, excessiva interferência estatal e corrupção descontrolada que causaram enormes prejuízos a grandes investidores, principalmente estrangeiros, que só aceitam fazer novos negócios no Brasil se houver mudança no trono do Palácio do Planalto”.

O presidentro sepultou, definitivamente, a ameaça de ser candidato no lugar de Dilma: “Foi importante o Rui Falcão colocar aqui a Dilma como pré-candidata. Vamos parar de imaginar que existe outro candidato que não a Dilma, os adversários tiram proveito disso. Não podemos gastar energia com coisa secundária. Não teremos campanha fácil”. Lula terminou seu discurso de 35 minutos advertindo: “Dilminha, se me permite chamar assim. É só você preparar a agenda que o Lulinha estará junto com você para ganhar as eleições”.

Dilma abriu o discurso dela, que duraria intermináveis 58 minutos, puxando o saco do Presidentro: “Dirijo a você, presidente Lula, minhas palavras de respeito e carinho. É uma prova forte e contundente da nossa confiança mútua e os laços profundos que nos unem ao povo brasileiro”. Como era esperado, já se sentindo menos pressionada pelo risco de bola nas costas, proclamou que aceitava a “missão honrosa, desafiadora, de ser a pré-candidata do PT à Presidência”. Como boa marxista-brizolista, Dilma não deixou de meter o pau nas tais “elites” e no fantasma que mais a apavora, que é uma improvável volta de um regime militar:

“O rancor que os saudosistas do passado e uma certa elite têm de nós provém do nosso êxito e da nossa visão de Brasil, e não do fracasso pelo qual eles tanto torceram e torcem. Esse é um Brasil que não aceita retrocessos, mesmo que venham travestidos de novidade, da estranha novidade de medidas que se denominam impopulares e que, na verdade, são antipopulares. Vivemos um tempo estranho e temos que ficar atentos. Um tempo em que aqueles que até ontem não tinham a menor sensibilidade pela questão social se apresentam como paladinos da questão social. O Brasil não vai voltar no tempo, porque o povo não vai deixar”.

O discurso com frases negativas – e não afirmativas, como é recomendável pelo mais simplório marketing político em campanhas eleitorais – deixa clara a insegurança dos petistas com a conjuntura reeleitoral. Dilma tem tudo para perder a reeleição. Seus supostos opositores - Aécio Neves e Eduardo Campos – só precisam de algumas gotas de competência política para tirar o PT do poder. O PT no poder é a consolidação do projeto autoritário bolivariano do Foro de São Paulo – que vai consolidar o sistema Capimunista no Brasil. Por isso, a prioridade urgente é tirar a petralhada e seus comparsas do poder. Depois, reconstruir o País, limpando as cagadas que eles fizeram.

Falsa Faxineira para sempre


Psicologicamente, Dilma também deixou claro que seu grande temor é ter a imagem associada a um governo corrupto. Por isso, aproveitando para fazer uma defesa prévia dos escândalos na Petrobras - que mais a atormentam e lhe atingem diretamente, como ex-presidente do Conselho de Administração da estatal -, Dilma repetiu o discurso moralista, de paladina da honestidade e faxineira da corrupção, montado por seus marketeiros:

“Antes de nós, a corrupção era muitas vezes varrida para debaixo do tapete. Engavetava-se muito, investigava-se pouco. Agora que abrimos as gavetas, muito aparece e muito é investigado. Eu nunca admitirei ilícitos”.

Só não ficou claro se o “antes de nós” se referia aos tempos do Presidentro Lula ou aos tempos do FHC – que já deixou o poder há mais de 15 anos...

Para o discurso de falsa faxineira ficar completo, só falta os marketeiros lhe arrumarem um uniforme de fada, com uma vassoura vermelha, tendo a estrelinha do PT na ponta do cabo...

Para quem acredita em pesquisa...

Resultado da recente pesquisa IstoÉ-Sensus, confirmando que Dilma está em queda livre e quais problemas mais afetam a opinião pública.



Ausência nada sentida...

Participaram do evento de apoio a Dilma os dirigentes de PMDB, PSD, PTB, PCdoB, PP, PROS, PTC e PTN.

Só a turma do PR não apareceu, por um motivo simples: não desagradar Dilma.

A mais explícita declaração favorável ao “volta, Lula” partiu de seus dirigentes.

Lula onipresente
 

Lula da Silva avisou que, a partir de julho, estará “por conta da campanha” eleitoral:

“Temos um pequeno problema para resolver que é o seguinte: a Dilma, por conta dos acordos da aliança, ela não vai poder ir a vários lugares. Eu não sou presidente do PT. Então, não estou subordinado aos acordos que o Rui Falcão fez. Aonde tiver candidato do PT, eu estarei lá”.

Até junho, Lula define até se será candidato ao Senado por São Paulo, para garantir a imunidade parlamentar e foro privilegiado para eventuais broncas judiciais – que vão explodir como bombas atômicas, caso o PT perca o poder federal.

Agora, o “volta, Lula” é a piada do século: Como Lula vai “voltar”, se ele nunca saiu da Presidência, continua lá, Presidentro?

Gozando com a candidata

Os gaiatos do YouTube não perdem a chance de bagunçar com a santa imagem da Presidenta-Candidata...


Sonho complicado do Bolsonaro

Setores conservadores, principalmente ligados aos militares na reserva, podem até sonhar com a candidatura presidencial de Jair Bolsonaro.

Mas o partido dele, o PP, controlado por Francisco Dornelles, que é membro da tradicional família mineira Neves, dificilmente deixará de apoiar a candidatura do tucano Aécio.

Assim, a bem intencionada candidatura Bolsonaro já nasce morta, sem a menor chance política, apesar do grande apoio a ele manifestado nas redes sociais.

Cuba Libre no Brasil


Plinio Monte, do Movimento Brasileiro de Resistência, grava um flagrante diretamente de Caraguatatuba, mostrando os doutrinadores cubanos trabalhando no Brasil.

Eike forever

Alvo de investigações da Polícia Federal por suspeitas de crimes financeiros, Eike Batista conseguiu ontem duas façanhas econômicas.

O bilionário foi reeleito, junto com todos os seis membros do Conselho de Administração da Óleo e Gás Participações, incluindo seu pai, Eliezer Batista da Silva (vice-presidente).

E ainda garantiu R$ 21,015 milhões (aumento de 11% em relação ao ano passado) para remuneração dos administradores da empresa.

Excelente para uma empresa que está em recuperação judicial e fechou ano passado com R$ 17,5 bilhões de prejuízo...

Investidores se rebelam

Quem perdeu fortunas com as empresas de Eike já aciona o Ministério Público Federal e a Comissão de Valores Mobiliários, para impedir que o empresário fique bem na fita.

Investidores já formalizaram ao MPF denúncias de que Eike manipulação de mercado, insider trading (uso de informação privilegiada) e lavagem de dinheiro.

Agora, investidores suspeitam que Eike esteja comprando a dívida da empresa, com descontos incríveis, com o objetivo de, no final das contas, ficar devendo para ele mesmo – o que significa sumir com o endividamento...

Crítico da Maconha

O presidente do Uruguai, o figuraça esquerdista José Mujica, avisou ontem à agência de notícias Associated Press (AP) que a legislação uruguaia para permitir a comercialização da maconha será bem menos permissiva que a lei aprovada no Colorado (EUA) em relação aos usuários de droga.

Mujica criticou que “a maconha não é algo benéfico, poético e cercado de virtudes”.

Mujica repetiu que a regulamentação da produção, venda e uso da droga no Uruguai será uma forma de controlar o consumo no país, tratando o assunto mais como uma questão de saúde do que de segurança.  

Responsáveis por tudo
 

 Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

04 de maio de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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