SÃO PAULO - Joaquim Barbosa não sucumbiu à mosca azul, o que é bom para o país e para a sua própria biografia. Terminado o prazo legal de desincompatibilização, o ministro segue no Supremo tribunal Federal e não vai disputar a Presidência da República nem qualquer outro cargo na eleição de outubro.
Abraçado nas ruas como uma espécie de herói nacional por conta do julgamento do mensalão, Barbosa teria condições de embaralhar a eleição presidencial, sobretudo num momento em que a população pede mudanças, mas não enxerga novidade na oposição. Marina Silva encarna essa simbologia, mas não está na disputa porque Eduardo Campos pensa apenas no próprio umbigo.
Barbosa seria um presidenciável forte, com boas chances de chegar ao segundo turno, mas fragilizaria sobremaneira o Judiciário e a credibilidade do próprio processo do mensalão, que o PT do deputado André Vargas ainda hoje não perde a oportunidade de chamar de "julgamento político". Se tivesse virado candidato, não haveria como deixar de pensar que tudo não passou de um grande espetáculo.
Juiz é juiz. Político é político. Ou pelo menos deveria ser assim. Ao não entrar para a corrida presidencial, Barbosa deu exemplo numa instituição acostumada com a lógica do oportunismo. Na falta de uma legislação que estabeleça uma quarentena obrigatória, que deveria ser de pelo menos quatro anos, quase tudo já se viu por aqui.
Francisco Rezek tornou-se ministro de Collor após ter sido o presidente do Tribunal Superior Eleitoral na disputa que levou o ex-governador alagoano ao Planalto; Maurício Corrêa saiu diretamente do governo Itamar para o Supremo; Nelson Jobim era ministro de FHC, foi nomeado para o STF e largou o cargo para tentar ser vice na chapa de Lula -não conseguiu e acabou no seu ministério. É isso o que se chama de separação dos Poderes? Barbosa mostrou que é possível evoluir.
Abraçado nas ruas como uma espécie de herói nacional por conta do julgamento do mensalão, Barbosa teria condições de embaralhar a eleição presidencial, sobretudo num momento em que a população pede mudanças, mas não enxerga novidade na oposição. Marina Silva encarna essa simbologia, mas não está na disputa porque Eduardo Campos pensa apenas no próprio umbigo.
Barbosa seria um presidenciável forte, com boas chances de chegar ao segundo turno, mas fragilizaria sobremaneira o Judiciário e a credibilidade do próprio processo do mensalão, que o PT do deputado André Vargas ainda hoje não perde a oportunidade de chamar de "julgamento político". Se tivesse virado candidato, não haveria como deixar de pensar que tudo não passou de um grande espetáculo.
Juiz é juiz. Político é político. Ou pelo menos deveria ser assim. Ao não entrar para a corrida presidencial, Barbosa deu exemplo numa instituição acostumada com a lógica do oportunismo. Na falta de uma legislação que estabeleça uma quarentena obrigatória, que deveria ser de pelo menos quatro anos, quase tudo já se viu por aqui.
Francisco Rezek tornou-se ministro de Collor após ter sido o presidente do Tribunal Superior Eleitoral na disputa que levou o ex-governador alagoano ao Planalto; Maurício Corrêa saiu diretamente do governo Itamar para o Supremo; Nelson Jobim era ministro de FHC, foi nomeado para o STF e largou o cargo para tentar ser vice na chapa de Lula -não conseguiu e acabou no seu ministério. É isso o que se chama de separação dos Poderes? Barbosa mostrou que é possível evoluir.
12 de abril de 2014
Rogério Gentile, Folha de S. Paulo
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