Os principais lobistas de Brasília comentam de modo escancarado: o Partido dos Trabalhadores já dispõe de US$ 2 bilhões para investir na campanha eleitoral de 2014. A maior parte dos bilhões será empregada na reeleição de Dilma Rousseff. O dinheiro é resultado direto de uma espécie de Mensalão – ou “draw back” (vai e volta). Trata-se de um caixa dois construído de forma sofisticada, com recursos que saem do País e se dispersam, para voltar na forma disfarçada de investimentos em negócios ou em futuras “doações”.
O mecanismo mensaleiro petralha é sofisticado. Grandes empresas que têm contratos com a administração federal direta ou com as “estatais” fazem subempreitadas de obras e serviços com “laranjas” (pessoas jurídicas de menor porte ou físicas – inclusive parentes de políticos ou “parceiros próximos”, para não dar na pinta). As terceirizações, principalmente nas empresas de economia mista, são as maiores fontes dos mensalões.
Assim que o dinheiro da corrupção é disperso, ele pode voltar na forma dos tradicionais “mensalões” (contribuições a políticos, por baixo dos panos, geralmente em bens móveis, joias ou imóveis). Outra parte da grana vai se materializar em doações legais para serem esquentadas na campanha (de preferência, tudo contabilizado legalmente, com empresas aliadas, que depois repassam as comissões por serviços, de forma legal ou não, aos esquemas políticos beneficiados). A fiscalização é praticamente impossível.
As empresas entram no jogo da corrupção, porque acham mais cômodo, ou porque são obrigadas a entrar no jogo, senão quebram, por falta de negócios. Este sistema corrupto – que não é praticado apenas pelo PT – opera em todos os níveis da administração pública. Repete-se na área federal, nos estados, e nos municípios – principalmente em todas as “estatais” destes três níveis de governança do crime organizado. Assim funciona o Capimunismo tupiniquim. A grana estatal (pública) irriga os negócios e parte dos recursos retorna aos esquemas políticos – retroalimentando “negócios”.
A sofisticação do PT é que o partido investe a maior parte de seus recursos fora do Brasil, de forma “legalizada”, preferencialmente em bancos transnacionais e em grandes fundos de investimentos. É por isso que tanto dinheiro entra e sai do Brasil, sem parar. Tal sistema depende de taxas de juros altos, para remunerar o vai-e-vem da grana da corrupção. Obras e serviços com orçamentos superfaturados geram sobra permanente de dinheiro para alimentar os esquemas mensaleiros – que nunca deixaram de existir, e ainda se sofisticaram – mesmo após a fantástica condenação de uma minoria de políticos na Ação Penal 470, que correu no Supremo Tribunal Federal.
A imprensa prefere não divulgar e o Ministério Público e a Justiça optam por não investigar a fundo tais mecanismos sujos que fazem a mágica riqueza dos políticos brasileiros. Por tanta impunidade, soa como um deboche o faniquito demagógico de ontem da Dilma Rousseff. A Presidenta ficou nervosa com a repercussão dos vultosos gastos dela na escala, em Portugal, após a ridícula participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Não adianta Dilma jurar que pagou a conta com o dinheiro dela. Como chefe de Estado de um País com inflação e custo de vida se elevando, ela deveria dar o exemplo. Pega mal esbanjar, em saidinhas para jantares caríssimos, em restaurantes de luxo. Probidade também significa economia. Dilma mostra que é um fracasso neste aspecto. A gastança pessoal dela é apenas um triste reflexo do que faz o governo e que beneficia os esquemas políticos de negócios.
O Brasil não tem jeito. Se a corrupção não for transformada em crime hediondo, com punições exemplares, ágeis, e mecanismos públicos transparentes de controle social dos gastos públicos, jamais seremos um País desenvolvido. Por isso, não adianta perder tempo com a aposta cara e inútil sobre quem vai ocupar o trono absolutista do Palácio do Planalto. Ou mudamos o modelo político, econômico – e por que não dizer, cultural e civilizatório – ou então seremos a eterna nação rica, mantida artificialmente na miséria, como mera colônia de exploração por forças corruptas nacionais e transnacionais associadas.
Operação Miopia
Dilma, se você tem amor à vida, toma cuidado: daqui a pouco o Doutor Cesar lança a candidatura presidencial da amante Aline...
Ostracismo neles
Passando mal?
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
29 de janeiro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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