BRASÍLIA - Enquanto os "rolezinhos" se encaminhavam ao previsível oblívio midiático, cortesia de ressurgentes "black blocs" paulistanos, Dilma Rousseff dava o seu rolé pela terrinha no sábado passado.
O moralismo barato apresenta-se tentador. Ora, Dilma deve ficar em um bom hotel. É preciso hospedar a comitiva que transitava entre encontros internacionais. E todos podem comer num restaurante estrelado se decidirem pagar por isso.
O problema é outro: falta de transparência. É a visão distorcida de um valor absoluto conferido à privacidade na agenda presidencial. De que explicações não são devidas quando quem paga a conta somos nós.
Sob Dilma, no ano passado a Presidência passou a esconder seus variados gastos de viagem, com a duvidosa alegação de risco à segurança.
Sobram perguntas legítimas. A escala do Airbus presidencial é obrigatória, sim, mas por que não encher o tanque e seguir viagem para Havana? É também cabível perguntar se não haveria opção mais barata para acomodar o resto da comitiva.
São meras perguntas, para as quais provavelmente há respostas razoáveis, mas a menção a elas gera indignação, versões e enrolação generalizada. Dilma ontem propagandeou que não usa cartão corporativo; por que não aproveita e acaba com o meio nos gastos da Presidência?
No fundo, está o DNA dos nossos políticos. Basta ver a primeira reação de qualquer uma das tantas autoridades flagradas fazendo uso pouco republicano de aviões da FAB.
O que parece escapar à presidente é que há muitos fios desencapados na confusa malha social brasileira. Coisas assim, que antes passariam por "bobagem" ainda que não o fossem, geram curtos-circuitos.
É curioso o enfado, já que a própria reação hiperbólica do governo aos "rolezinhos" mostrava uma ansiedade quanto a esses detalhes. Afinal de contas, a reeleição está longe de ser uma realidade garantida.
O moralismo barato apresenta-se tentador. Ora, Dilma deve ficar em um bom hotel. É preciso hospedar a comitiva que transitava entre encontros internacionais. E todos podem comer num restaurante estrelado se decidirem pagar por isso.
O problema é outro: falta de transparência. É a visão distorcida de um valor absoluto conferido à privacidade na agenda presidencial. De que explicações não são devidas quando quem paga a conta somos nós.
Sob Dilma, no ano passado a Presidência passou a esconder seus variados gastos de viagem, com a duvidosa alegação de risco à segurança.
Sobram perguntas legítimas. A escala do Airbus presidencial é obrigatória, sim, mas por que não encher o tanque e seguir viagem para Havana? É também cabível perguntar se não haveria opção mais barata para acomodar o resto da comitiva.
São meras perguntas, para as quais provavelmente há respostas razoáveis, mas a menção a elas gera indignação, versões e enrolação generalizada. Dilma ontem propagandeou que não usa cartão corporativo; por que não aproveita e acaba com o meio nos gastos da Presidência?
No fundo, está o DNA dos nossos políticos. Basta ver a primeira reação de qualquer uma das tantas autoridades flagradas fazendo uso pouco republicano de aviões da FAB.
O que parece escapar à presidente é que há muitos fios desencapados na confusa malha social brasileira. Coisas assim, que antes passariam por "bobagem" ainda que não o fossem, geram curtos-circuitos.
É curioso o enfado, já que a própria reação hiperbólica do governo aos "rolezinhos" mostrava uma ansiedade quanto a esses detalhes. Afinal de contas, a reeleição está longe de ser uma realidade garantida.
29 de janeiro de 2014
Igor Gielow, Folha de SP
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