Apenas demitiam os empregados denunciados por fraude em licitação ou suborno de um agente do Estado, emitiam uma declaração pública, na qual repudiavam as ações, e seguiam tocando os negócios.
Agora, perderão 20% do faturamento bruto e correrão o risco de ter a atividade encerrada. A responsabilização vai de funcionários a donos de empresas, chegando até aos famosos laranjas, sem considerar se houve dolo ou culpa.
De acordo com estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), por ano, entre R$ 50 bilhões e R$ 84 bilhões, o equivalente a 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), são perdidos para a corrupção. Embora tenha sido aprovada e sancionada em agosto do ano passado, a lei anticorrupção precisa ser regulamentada, tarefa sob responsabilidade da Controladoria-Geral da República.
As regras de aplicação da lei deverão ser publicadas no Diário Oficial da União de amanhã. Hoje, apenas Tocantins está preparado para pôr em prática as regras, entre elas a de aplicação da multa. BRASÍLIA AGUARDA O Governo do Distrito Federal espera a edição do decreto federal para detalhar a aplicabilidade da lei na capital.
Atualmente, enfrenta situações de corrupção apenas por meio de declarações de inidoneidade, o que impede a empresa envolvida de renovar ou fazer contratos com órgãos da administração pública. “A principal mudança é a responsabilização jurídica, dita como objetiva. Independentemente de provar quem cometeu o ato ilícito, quem pagou a propina, a companhia será punida. E o importante serão as penas, as severas multas, algo inédito no Brasil, que vão doer no bolso do empresário”, explicou a secretária de Transparência do DF, Vânia Vieira.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Esta lei é realmente muito oportuna. Até agora, apenas os corruptos corriam algum risco (muito pequeno) de sofrer sanções. Os corruptores escapavam tranquilamente. O máximo que lhes acontecia era perderem a honra, como aconteceu no Rio de Janeiro com o dono da Delta, Fernando Cavendish, ex-concunhado e amigo de fé, irmão camarada do governador Sergio Cabral, um político cujo enriquecimento é flagrante, mas sua impunidade está garantida. Vamos ver se esta lei será cumprida ou é do tipo vacina, que não pega. (C.N.)
29 de janeiro de 2014
Ana Pompeu e Camila Costa
Correio Braziliense
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