"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 2 de março de 2018

JOESLEY DIZ QUE CONHECEU MARCELO MILLER APENAS COMO ADVOGADO E NÃO COMO PROCURADOR



Pagamentos foram feitos ao escritório, diz Joesley
Em um depoimento à Polícia Federal que durou mais de 10h nesta terça-feira, dia 27, em São Paulo, o empresário Joesley Batista falou pela primeira vez sobre a participação do ex-procurador Marcelo Miller no acordo de delação premiada da J&F. Segundo o advogado do empresário, Miller foi apresentado a Joesley já como ex-procurador.
Miller se desligou da Procuradoria-Geral da República (PGR) em abril de 2017 e, em seguida, passou a trabalhar para o escritório Trench Rossi Watanabe, que presta serviços para a J&F, holding dos irmãos Batista que controla também a JBS. Ele é suspeito de ter atuado em favor dos delatores enquanto ainda era procurador da República, sem o conhecimento de seus superiores.
“JÁ DESLIGADO” – “O Marcelo Miller foi apresentado pela advogada criminalista Fernanda Tórtima como um ex-procurador já desligado do Ministério Público Federal [MPF] sem qualquer vínculo com a Procuradoria[-Geral] da República”, disse André Callegari, advogado de Joesley que acompanhou o depoimento, na sede da Polícia Federal em São Paulo, onde seu cliente está preso.
Segundo Callegari, “Joesley Batista contrata os serviços via TRW, que era o escritório ao qual Marcelo Miller estava vinculado e [do qual] se apresentava como profissional e já sócio desse escritório, mas sendo trazido, isso foi importante esclarecer, como ex-procurador e sem qualquer vínculo com a Procuradoria[-Geral] da República”.
Em depoimento concedido ainda em 2017, Miller admitiu os encontros com os executivos da J&F ainda como procurador, mas negou que tenha dado orientação jurídica para redigir o acordo de delação. Callegari sustentou, também, que Joesley Batista fez os pagamentos relativos aos serviços de advocacia ao escritório TRW, e nenhum diretamente a Miller.
RESCISÃO – Nesta segunda-feira, dia 26, a Procuradoria-Geral da República rescindiu o acordo de delação de Wesley Batista, um dos donos da J&F, e do ex-executivo Francisco de Assis e Silva. Segundo a PGR, eles omitiram de forma intencional que, na época da assinatura do acordo, o então procurador estava prestando serviços para a J&F antes de se desligar oficialmente do Ministério Público.
No caso de Joesley e Saud, assim que o acordo foi rescindido o ministro Luiz Edson Fachin determinou a prisão dos dois por omitir informações. As quatro rescisões esperam a homologação do ministro Fachin. Se o ministro homologar a rescisão dos acordos, todos perdem os benefícios, mas as provas apresentadas por eles continuam válidas.
À TV Globo, a J&F informou que as defesas de Wesley Batista e de Francisco de Assis não se pronunciarão sobre o assunto. A defesa de Marcelo Miller declarou que ele não recebeu qualquer remuneração de fonte privada antes de abril de 2017; que ele já havia pedido exoneração quando começou atividades preparatórias no setor privado; e que essas atividades não estavam relacionadas com as atribuições que ele ainda tinha no Ministério Público Federal.

02 de fevereiro de 2018
Deu no G1

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