De 1º de janeiro deste ano até a última sexta-feira, 2 de junho, o brasileiro trabalhou 153 dias – cinco meses e dois dias – apenas para pagar tributos. Para agravar ainda mais a situação, a corrupção consumiu 29 dias de trabalho de cada cidadão.
O cálculo da corrupção apresentada no estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) foi feito tomando como base o resultado do Projeto Lupa nas Compras Públicas, que monitora todas as compras realizadas pelos órgãos governamentais federais, estaduais e municipais e cruza o valor pago pelos governos com o preço da mesma mercadoria ou serviço comprado pelas empresas.
“Assim, determinou-se que cada brasileiro trabalhou 29 dias este ano só para pagar os rombos causados pela corrupção no País”, informa o presidente do Conselho Superior e Coordenador de Estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral.
No que diz respeito ao número de dias trabalhados para pagar impostos em 2017, o tempo é o mesmo do ano passado, que foi ano bissexto. A estimativa é que 41,80% de todo o rendimento ganho está sendo destinado aos cofres públicos.
A pesquisa mostra ainda que o peso dos impostos nos rendimentos, como salários e honorários, por exemplo, aumentou muito nos últimos anos, sendo que na década de 70, eram trabalhados, em média, dois meses e 16 dias; na década de 80, dois meses e 17 dias; e na década de 90, três meses e 12 dias. “Ou seja, hoje se trabalha o dobro do que se trabalhava na década de 70 para pagar a tributação”, diz o especialista do IBPT.
Ao comparar a quantidade de dias necessários para pagar impostos, taxas e contribuições de 27 países, o estudo do IBPT elenca o Brasil na 8ª posição, atrás da Noruega, onde os cidadãos têm de trabalhar 157 dias para pagar tributos.
Para o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, a diferença entre Brasil e Noruega é que neste último a população tem retorno dos tributos em forma de saúde, transporte, educação, qualidade de vida e pode usufruir, de fato, dos serviços públicos, o que é muito diferente da nossa realidade: “aqui pagamos muito e não temos quase nenhum retorno”.
Confira abaixo o ranking:
– Dinamarca – 176 dias
– França – 171 dias
– Suécia – 163 dias
– Itália – 163 dias
– Finlândia – 161 dias
– Áustria – 158 dias
– Noruega – 157 dias
– Brasil – 153 dias
– Hungria – 142 dias
– Argentina – 141 dias
– Bélgica – 140 dias
– Alemanha -139 dias
– Espanha – 138 dias
– Islândia – 135 dias
– Reino Unido – 132 dias
– Eslovênia – 131 dias
– Canadá – 130 dias
– Nova Zelândia – 129 dias
– Israel – 125 dias
– Japão – 124 dias
– Irlanda – 122 dias
– Suíça – 122 dias
– Coreia do Sul – 109 dias
– Estados Unidos – 98 dias
– Uruguai – 96 dias
– Chile – 94 dias
– México – 91 dias
06 de junho de 2017
postado por m.americo
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