Ao iniciar a leitura de seu voto, o ministro Napoleão Nunes Maia disse que para muitas pessoas, a análise das denúncias contra da chapa Dilma-Temer é considerado o “julgamento do século”. Mas, para ele, são “águas passageiras”.
Ao iniciar a leitura de seu voto, o ministro Napoleão Nunes Maia disse que para muitas pessoas, a análise das denúncias contra da chapa Dilma-Temer é considerado o “julgamento do século”. Mas, para ele, são “águas passageiras”.
O ministro Napoleão Nunes Maia disse que se as denúncias de acúmulo de propina oriunda da Petrobras fossem verdades, todos os mandatos estariam contaminados. Nesse momento, ele criticou o relator, Herman Benjamin:
PROPINA POUPANÇA – O eminente relator demorou a explanar e eu ouvi com atenção o que ele chamou de propina poupança. Doações do propinoduto durante anos a fio para capitalizar partidos, notadamente o PT e o PMDB. Isso pode ser verdade? Vamos supor que seja verdade. Na minha opinião, não está provado. E quais os mandatos que foram contaminados pelo estoque de poupança? Eu responderei: todos! Mandatos de vereador, deputado…Mas só orienta sua metralhadora contra um mandato.
— Será que só a presidente Dilma e o presidente foram eleitos por essa propina? É impraticável, ilógico e irrazoável.
GILMAR PILATOS – Durante a leitura de seu voto, o ministro Napoleão Nunes Maia comparou o presidente do TSE, Gilmar Mendes, a Pôncio Pilatos, governador romano que decidiu pela crucificação de Jesus Cristo. Ele criticava que Pilatos ouviu a voz do povo ao decidir sobre o destino de Jesus.
“O que Pôncio Pilatos fez foi democratizar sua decisão. Ouvir a vox populi. Deu no que deu. Passou à História como um homem covarde, um juiz sem estrutura mental para enfrentar a turba” — disse.
Na sequência, Nunes Maia descreveu Pilatos: “Pilatos era um homem muito rico, bonito, general, casado com a sobrinha do imperador Tibério. Era poliglota e diplomata. Conversou com Jesus na língua nativa do mestre. Homem ilustrado para aquela época. Se você me permitir, professor Gilmar, vou dizer que Pôncio Pilatos tinha em seu tempo o respeito intelectual, a cultura, a profeciência e a admiração que tem Vossa Excelência hoje no Brasil” — afirmou.
PREVARICADOR – Nunes Maia afirmou criticou uma fala de Herman Benjamin, que disse que quem não fosse além do objeto inicial da ação estaria prevaricando.
— Ele chegou a dizer, e isso me assustou, que o juiz eleitoral que não fizer essa extensão, está prevaricando. Achei isso assustador, intimidador e merecedor de reparo e exclusão. Não é assim — criticou.
O ministro Napoleão Nunes Maia votou contra o relator, Herman Benjamin, e julgou improcedente as denúncias contra a chapa Dilma Rousseff e Michel Temer. Ele considerou que as denúncias não foram provadas.
— Meu voto, pedindo escusas ao relator, é no sentido de não dar por provada a imputação. Em face disso, a ideologia garantista a meu ver tem uma perfeita oportunidade para sua afirmação. Ouso divergir do relator. Voto pela improcedência total.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A Piada do Ano foi igualar Gilmar Mendes a Pôncio Pilatos, como se fosse um elogio. Foi um momento de humor negro na sessão, que merecia aplausos entusiásticos. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A Piada do Ano foi igualar Gilmar Mendes a Pôncio Pilatos, como se fosse um elogio. Foi um momento de humor negro na sessão, que merecia aplausos entusiásticos. (C.N.)
10 de junho de 2017
Deu em O Globo
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