Foi um julgamento longo e sinistro, que desmoralizou o Judiciário, igualando-o aos outros dois podres poderes que Caetano Veloso mencionou. Mas é preciso reconhecer que também houve grandes momentos de humor, interpretados pelos três mosqueteiros de Temer, que também eram quatro, como na obra-prima de Alexandre Dumas, pai. Esgrimindo argumentos ridículos, eles se comportavam como versões jurídicas do personagem “Rolando Lero”, sem terem medo do ridículo.
Todos se saíram muito bem, podem fazer carreira de humoristas, stand up comedy e tudo o mais, porém nenhum dos mosqueteiros de Temer demonstrou talento comparável ao ministro Napoleão Nunes Maia, que conseguiu emplacar, de uma só tacada, duas poderosas concorrentes ao prêmio de Piada do Ano, estava realmente inspiradíssimo.
GRANDE ANEDOTA – A ânsia de Napoleão Maia para fazer piadas era tamanha que ele nem esperou a hora marcada para sua apresentação. Antes mesmo de votar, pediu um aparte para contar a anedota do vovô, filhinho e netinha, que inventou no ato, vejam a criatividade deste jurista.
Tudo começou durante o julgamento, quando um filho do ministro Maia passou correndo pelo detector de metais e foi barrado pelos seguranças na porta do plenário. Com roupa esportiva, demonstrava nervosismo e segurava um envelope amarelo diante de uma barreira de agentes que se formou para detê-lo. Após a chegada de cinegrafistas e fotógrafos, o intruso foi levado pelos seguranças até uma das saídas de emergência do subsolo da corte eleitoral.
FOTOS DA NETINHA – O incidente despertou curiosidade nacional, amplamente explorado na internet. Por isso, antes mesmo de seu voto, Napoleão Maia pediu licença para explicar que seu filho apenas queria lhe mostrar fotos da neta.
“Ele não vinha trajado a rigor, e portanto não pôde entrar. A segurança do tribunal acertadamente barrou sua entrada. Instante seguinte, um site altamente dinâmico e acessado publica: homem misterioso portando envelope tenta forçar entrada para entregar isto ao ministro Napoleão. A palavra homem misterioso e envelope tem na nossa linguagem maliciosa tem significado altamente significativo. Passei momentos de indignação e revolta. Que essa pessoa sofra em si o mesmo que me fez passar hoje”, disse, rogando uma praga humorística.
GILMAR “PILATOS” – Não satisfeito coma brilhante piada, Napoleão Maia seguiu em frente e comparou Gilmar Mendes a Pôncio Pilatos, governador romano que decidiu pela crucificação de Jesus Cristo. Ele criticava que Pilatos ouviu a voz do povo ao decidir sobre o destino de Jesus.
O melhor da piada foi que a comparação de Gilmar com um dos homens mais odiados da História teve a intenção de elogiar o presidente do TSE, acredite se quiser, diria o genial Robert Ripley.
“O que Pôncio Pilatos fez foi democratizar sua decisão. Ouvir a vox populi. Deu no que deu. Passou à História como um homem covarde, um juiz sem estrutura mental para enfrentar a turba” — disse o elogioso ministro, dirigindo-se a Gilmar Mendes.
UM HOMEM BONITO – A gozação de Napoleão Maia a Gilmar foi em frente, pois o piadista estava desembestado. Na sequência, Nunes Maia descreveu o governado romano, comparando-o a Gilmar Mendes:
“Pilatos era um homem muito rico, bonito, general, casado com a sobrinha do imperador Tibério. Era poliglota e diplomata. Conversou com Jesus na língua nativa do mestre. Homem ilustrado para aquela época. Se você me permitir, professor Gilmar, vou dizer que Pôncio Pilatos tinha em seu tempo o respeito intelectual, a cultura, a profeciência e a admiração que tem Vossa Excelência hoje no Brasil” — afirmou, levando a plateia ao delírio.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Desde o início, quando começou a ser elogiado como novo Pôncio Pilatos, Gilmar Mendes ficou incomodado com a criatividade do amigo e admirador. Mas quando se viu comparado a “um homem bonito, general”, foi se abaixando na cadeira e a beiçola balançava, repetindo baixinho: “Menos, Maia… Menos, Maia…”. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Desde o início, quando começou a ser elogiado como novo Pôncio Pilatos, Gilmar Mendes ficou incomodado com a criatividade do amigo e admirador. Mas quando se viu comparado a “um homem bonito, general”, foi se abaixando na cadeira e a beiçola balançava, repetindo baixinho: “Menos, Maia… Menos, Maia…”. (C.N.)
10 de junho de 2017
Carlos Newton
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