O criminalista Adriano Bretas assumiu a defesa do ex-ministro Antonio Palocci na Lava-Jato. A mudança atende aos novos interesses de Palocci, que iniciou tratativas para um possível acordo de delação premiada. Bretas atua em parceria com o também criminalista Tracy Reinaldet, que deverá conduzir a negociação do acordo. Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, na última quinta-feira, Palocci havia sinalizado que pode municiar a Lava-Jato com novas informações, como “nomes, endereços e operações realizadas”, capazes de “dar mais um ano de trabalho”. Ele deu a entender que falaria sobre a participação de uma importante figura do mercado financeiro no financiamento de campanhas políticas.
O ex-ministro não detalhou o caso sob a alegação de que estava participando de audiência pública. Quando firmados junto ao MPF, os acordos de colaboração ficam sob sigilo.
BATOCHIO NEM SABE – O atual advogado de Palocci, José Roberto Batochio, informou por meio de nota que ainda não foi comunicado de qualquer decisão do ex-ministro.
“Até o presente momento o advogado José Roberto Batochio não foi comunicado de qualquer decisão do ex-ministro Antonio Palocci no sentido de celebrar acordo de delação premiada e nem da contratação de advogado para esse fim específico, uma vez que o escritório que defende o ex-ministro não aceita causas com delação premiada”.
Batochio participa também da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-ministro Guido Mantega.
DIRCEU E VACCARI – Palocci é o primeiro da cúpula petista a sinalizar com a possibilidade de dizer o que sabe. Até agora, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, condenado a mais de 40 anos na Lava-Jato, se manteve em silêncio. O ex-ministro José Dirceu também cumpre pena sem se manifestar sobre a participação de outros integrantes do partido no esquema de corrupção investigado.
Na semana passada, depois que o empreiteiro Léo Pinheiro disse que o tríplex do Guarujá pertencia ao ex-presidente Lula, Batochio teria começado a reavaliar sua participação na defesa dos petistas. Pessoas próximas admitiam a possibilidade de ele se afastar até mesmo da defesa de Lula.
Crítico contumaz das delações premiadas, Batochio temia se ver em meio a um dilema ético de ter um cliente acusando o outro. Com a expectativa de Palocci firmar acordo de colaboração, Batochio teria que desqualificar o depoimento do ex-ministro, caso seja revelado algum fato que possa atingir Lula ou Mantega. Palocci foi cliente do criminalista em diversas outras ações nos últimos anos.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Para proteger Lula e Mantega, o advogado Batochio lutou até o último momento para evitar a delação de Palocci, que vai arrebentar os outros dois. Batochio foi derrotado por Margareth Silva Palocci, mulher do ex-ministro, que mostrou quem realmente manda na família. Como dizia Camões, uma voz mais alta se alevanta. E Dilma também vai ser atingida pelo vendaval pela ex-amiga Margareth. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Para proteger Lula e Mantega, o advogado Batochio lutou até o último momento para evitar a delação de Palocci, que vai arrebentar os outros dois. Batochio foi derrotado por Margareth Silva Palocci, mulher do ex-ministro, que mostrou quem realmente manda na família. Como dizia Camões, uma voz mais alta se alevanta. E Dilma também vai ser atingida pelo vendaval pela ex-amiga Margareth. (C.N.)
27 de abril de 2017
Gustavo Schmitt e Cleide CarvalhoO Globo
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