A firmeza no controle de gastos públicos pela primeira vez em plano de estabilização é fundamental para a rápida estabilização da economia
"A culpa não é minha”, afirmou Michel Temer em evento empresarial na semana passada, atribuindo a Dilma Rousseff a gravidade da crise. Anunciou também ter a vontade política de corrigir a irresponsabilidade fiscal vigente: “Ao assumir a Presidência, nos impusemos a missão de inocular uma vacina capaz de imunizar o país contra o populismo fiscal. Se eu ficar impopular, mas o Brasil crescer, me dou por satisfeito”.
Moreira Franco, a bússola do governo Temer, já havia assegurado “um presidente muito mais firme após o impeachment”, garantia de que não seriam portadores da “síndrome de ilegitimidade” que arrastou o governo Sarney à ilusória busca de popularidade, mergulhando o país na tragédia histórica da hiperinflação.
Reconhecendo a excepcionalidade das circunstâncias políticas que os levaram a construir uma “Ponte (sobre o abismo econômico) para o futuro”, o ministro virtual reafirmou no mesmo evento a inexistência de interesses eleitorais no curto horizonte de mandato desse governo: “Sabemos das dificuldades de conciliar o duro enfrentamento do desequilíbrio fiscal com quaisquer aspirações eleitorais, e estamos todos no governo alinhados na determinação de enfrentar o descontrole de gastos públicos pela primeira vez em um plano de estabilização”. Estaria afastada, portanto, a maior ameaça ao desempenho desse governo: postergar as reformas de olho nas eleições de 2018. A recuperação da confiança e a retomada dos investimentos exigem reformulação de marcos regulatórios, privatização e venda de ativos nas áreas de óleo, gás, energia e leilões de concessões de infraestrutura. Sob a coordenação de Moreira Franco em torno do eixo do Programa de Parcerias de Investimentos, “ministérios da área econômica, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal se falam todos os dias. Maior integração e alinhamento nunca se viu antes”, garantem o secretário do PPI e a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques. Encerrou o evento o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, destacando a importância da reversão de expectativas inflacionárias para uma rápida estabilização da economia. Manifestou otimismo quanto à aprovação das propostas do “teto de gastos” e da “reforma da Previdência”. Como diz um amigo, “melhor, só se for verdade”.
06 de outubro de 2016
Paulo Guedes, O Globo
"A culpa não é minha”, afirmou Michel Temer em evento empresarial na semana passada, atribuindo a Dilma Rousseff a gravidade da crise. Anunciou também ter a vontade política de corrigir a irresponsabilidade fiscal vigente: “Ao assumir a Presidência, nos impusemos a missão de inocular uma vacina capaz de imunizar o país contra o populismo fiscal. Se eu ficar impopular, mas o Brasil crescer, me dou por satisfeito”.
Moreira Franco, a bússola do governo Temer, já havia assegurado “um presidente muito mais firme após o impeachment”, garantia de que não seriam portadores da “síndrome de ilegitimidade” que arrastou o governo Sarney à ilusória busca de popularidade, mergulhando o país na tragédia histórica da hiperinflação.
Reconhecendo a excepcionalidade das circunstâncias políticas que os levaram a construir uma “Ponte (sobre o abismo econômico) para o futuro”, o ministro virtual reafirmou no mesmo evento a inexistência de interesses eleitorais no curto horizonte de mandato desse governo: “Sabemos das dificuldades de conciliar o duro enfrentamento do desequilíbrio fiscal com quaisquer aspirações eleitorais, e estamos todos no governo alinhados na determinação de enfrentar o descontrole de gastos públicos pela primeira vez em um plano de estabilização”. Estaria afastada, portanto, a maior ameaça ao desempenho desse governo: postergar as reformas de olho nas eleições de 2018. A recuperação da confiança e a retomada dos investimentos exigem reformulação de marcos regulatórios, privatização e venda de ativos nas áreas de óleo, gás, energia e leilões de concessões de infraestrutura. Sob a coordenação de Moreira Franco em torno do eixo do Programa de Parcerias de Investimentos, “ministérios da área econômica, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal se falam todos os dias. Maior integração e alinhamento nunca se viu antes”, garantem o secretário do PPI e a presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques. Encerrou o evento o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, destacando a importância da reversão de expectativas inflacionárias para uma rápida estabilização da economia. Manifestou otimismo quanto à aprovação das propostas do “teto de gastos” e da “reforma da Previdência”. Como diz um amigo, “melhor, só se for verdade”.
06 de outubro de 2016
Paulo Guedes, O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário