Com base em diagnóstico que servirá para o recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de reverter a suspensão da nomeação do jornalista Laerte Rimoli da presidência da empresa, o governo do presidente interino Michel Temer vai sustentar que há “desgoverno” e “gestão temerária” na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que tem um déficit de R$ 94,8 milhões.
No breve período em que esteve à frente da empresa, a gestão indicada por Temer pediu a suspensão de sete contratos, que equivalem a R$ 2,8 milhões por ano. Só com dois contratos para a veiculação de jogos de futebol estavam comprometidos R$ 17,8 milhões.
O relatório aponta dificuldade de rescisão desses termos. Rimoli permaneceu no comando da EBC por apenas duas semanas. O ministro do STF Dias Toffoli concedeu liminar reconduzindo Ricardo Melo, indicado pela presidente afastada Dilma Rousseff, à presidência da empresa.
EXTINÇÃO DE DIRETORIAS
Além da questão financeira, outro ponto que consta do plano a que O Globo teve acesso é o de reestruturar a empresa, extinguindo duas diretorias. De oito, passariam a seis. O objetivo é reduzir custos. Sob a rápida presidência de Rimoli, sua equipe determinou que sejam aproveitados os 2.615 funcionários na produção do conteúdo jornalístico, acabando com parcerias onerosas.
Além da questão financeira, outro ponto que consta do plano a que O Globo teve acesso é o de reestruturar a empresa, extinguindo duas diretorias. De oito, passariam a seis. O objetivo é reduzir custos. Sob a rápida presidência de Rimoli, sua equipe determinou que sejam aproveitados os 2.615 funcionários na produção do conteúdo jornalístico, acabando com parcerias onerosas.
A contratação do jornalista Sidney Rezende, por cerca de R$ 1 milhão por ano, foi suspensa. Outro programa suspenso foi o Brasilianas, do jornalista Luiz Nassif, cujo contrato é de R$ 761 mil por ano.
O projeto da equipe de Temer também fala em reorientar a parte editorial da EBC, que, segundo indicados do peemedebista, passou a usar “nos últimos anos uma linguagem político-partidária de pensamento único, cunho ideológico, contrariando a própria lei de criação da empresa”.
O projeto da equipe de Temer também fala em reorientar a parte editorial da EBC, que, segundo indicados do peemedebista, passou a usar “nos últimos anos uma linguagem político-partidária de pensamento único, cunho ideológico, contrariando a própria lei de criação da empresa”.
CONTRATOS
Auditoria feita a pedido de Temer mostra que um dos contratos questionados é para a transmissão exclusiva do Campeonato Paulista de Futebol — Série A3, Campeonato Paulista de Futebol Feminino e da Copa Paulista de Futebol. O outro, para a transmissão das séries B, C e D do Campeonato Brasileiro de Futebol.
Auditoria feita a pedido de Temer mostra que um dos contratos questionados é para a transmissão exclusiva do Campeonato Paulista de Futebol — Série A3, Campeonato Paulista de Futebol Feminino e da Copa Paulista de Futebol. O outro, para a transmissão das séries B, C e D do Campeonato Brasileiro de Futebol.
Não foi possível rescindir integralmente esses contratos porque, segundo o material produzido pela nova gestão, eles não foram publicados, nem datados. No caso do campeonato brasileiro, o trato feito previa um “direito de arena”, pelo qual, mesmo se os jogos não forem todos exibidos, serão desembolsados R$ 6,9 milhões.
DÉFICIT AMPLIADO
O relatório diz que, apesar das reduções na destinação de recursos para a EBC no ano passado, a Diretoria Financeira, sob Dilma, aprovou um plano de trabalho para este ano que amplia o déficit em mais R$ 25,6 milhões.
O relatório diz que, apesar das reduções na destinação de recursos para a EBC no ano passado, a Diretoria Financeira, sob Dilma, aprovou um plano de trabalho para este ano que amplia o déficit em mais R$ 25,6 milhões.
“Após tomar ciência dessa grave situação e para evitar a continuidade desta gestão temerária, o novo Diretor Presidente, de imediato a partir de sua nomeação em 20/05/2016, proibiu a contratação de novas despesas e vem fazendo análises de suspensão, negociação e/ou rompimentos de contratos que não irão causar descontinuidade nas atividades da empresa”.
Na última segunda-feira, o Conselho Curador da EBC se reuniu e questionou a entrevista que o jornalista Luís Nassif fez com a presidente afastada Dilma Rousseff no sábado passado.
O representante dos empregados da EBC no Conselho de Administração, Edvaldo Cuaio, conta que a entrevista contraria uma resolução da diretoria-executiva, que suspendeu o programa de Nassif, e uma orientação do conselho de administração para o controle de gastos. Segundo Cuaio, o diretor-presidente Ricardo Melo decidiu então que não iria colocar a entrevista no ar até que todos os questionamentos estivessem sanados.
O representante dos empregados da EBC no Conselho de Administração, Edvaldo Cuaio, conta que a entrevista contraria uma resolução da diretoria-executiva, que suspendeu o programa de Nassif, e uma orientação do conselho de administração para o controle de gastos. Segundo Cuaio, o diretor-presidente Ricardo Melo decidiu então que não iria colocar a entrevista no ar até que todos os questionamentos estivessem sanados.
VIAGEM A BRASÍLIA
Também foi questionado o fato de Nassif ter viajado a Brasília custeado com verba pública. Melo disse que, além de Dilma, Temer também será convidado a dar entrevista, bem como o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.
Também foi questionado o fato de Nassif ter viajado a Brasília custeado com verba pública. Melo disse que, além de Dilma, Temer também será convidado a dar entrevista, bem como o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.
Na terça-feira, chegou a Temer um convite de Melo, por email, para conceder uma entrevista. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que Temer ainda não analisou o pedido. Aliados do presidente interino, no entanto, dizem que ele não tem motivos para aceitar o convite do presidente que ele exonerou e que voltou ao cargo por um recurso impetrado na Justiça.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Pelo visto, a defesa do governo continua a cargo de Gustavo Rocha, da Subchefia Jurídica da Casa Civil, que era advogado do PMDB e foi indicado por Eduardo Cunha. Se defender esta tese maluca de “gestão temerária” de quem só está há alguns dias à frente da empresa, Rocha vai levar outra varada de Dias Toffoli e depois tentará pôr a culpa na Advocacia-Geral da União… Esta criativa linha de defesa ser Piada do Ano,. porque nenhum novo gestor pode ser responsável por gestões passadas. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Pelo visto, a defesa do governo continua a cargo de Gustavo Rocha, da Subchefia Jurídica da Casa Civil, que era advogado do PMDB e foi indicado por Eduardo Cunha. Se defender esta tese maluca de “gestão temerária” de quem só está há alguns dias à frente da empresa, Rocha vai levar outra varada de Dias Toffoli e depois tentará pôr a culpa na Advocacia-Geral da União… Esta criativa linha de defesa ser Piada do Ano,. porque nenhum novo gestor pode ser responsável por gestões passadas. (C.N.)
08 de junho de 2016
Catarina Alencastro
O Globo
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