A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou nesta quarta-feira, 8, nota de apoio ao agente da PF Newton Ishii, conhecido como Japonês da Federal e que foi preso na sede da Polícia Federal em Curitiba para cumprir pena de quatro anos e dois meses de prisão por descaminho e corrupção quando atuava na fronteira do Paraguai, em Foz do Iguaçu.
A entidade se diz ‘surpresa’ com a prisão do agente alegando que ainda há recursos possíveis e afirma ainda que vai apoiá-lo no que for necessário. “Estamos lutando para que se faça justiça ao Newton e sua família, posto que ele já vem sendo punido injustamente há muitos anos, mesmo após árdua luta para provar sua inocência”, afirma o presidente da Fenapef, Luís Boudens.
No texto, a Fenapen ainda lembra que a condenação de Ishii, que se tornou um símbolo da Lava Jato e do combate à corrupção no País, não tem relação nenhuma com a operação que vem sendo conduzida em Curitiba e já botou os maiores empreiteiros brasileiros na cadeia. A entidade dos federais diz que Japonês da Federal ajudou a ‘construir o prestígio’ da Lava Jato.
EM SALA SEPARADADiferente dos presos da Lava Jato que ele ajudou a conduzir para a PF em Curitiba ao longo das 30 fases da emblemática operação de combate à corrupção, Ishii está em uma de sala separada na sede da Polícia Federal e não na carceragem.
Ele foi condenado em 2009 pela Justiça Federal no Paraná por corrupção e descaminho, ao facilitar a entrada no Brasil de produtos contrabandeados do Paraguai. A condenação foi mantida pelo STJ em março deste ano, que determinou pena de quatro anos e dois meses de prisão o que, na prática, permite que ele cumpra sua condenação já no regime semiaberto. O cumprimento da pena, contudo, ainda precisa ser definido pelo juiz de Foz do Iguaçu.
OPERAÇÃO SUCURIO agente foi um dos 23 policiais federais alvos da Operação Sucuri, deflagrada em 2003 para apurar um esquema supostamente formado por agentes da PF e da Receita Federal que facilitava o contrabando na fronteira com o Paraguai em Foz.
Ishii responde a três processos, derivados da Operação Sucuri, sendo um na esfera criminal, outro administrativo e um terceiro por improbidade administrativa.
08 de junho de 2016
Deu no Estadão
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