Venho pensando muito sobre o fracasso institucional da Saúde, segmento que representa 9,5% do PIB brasileiro e que, ainda assim, é maltratado e sufocado pela má gestão, pela inércia, pela falta de consciência.
Assistimos ao corte de bilhões no orçamento da área, enquanto o índice de desemprego sobe e as pessoas perdem seus planos de saúde – uma combinação insensata e destrutiva para o País.
Líderes apoderam-se de cadeiras administrativas como ponte para alcançarem objetivos pessoais, entre eles, cargos políticos. E, assim, isentam-se do compromisso com o que aprendem e com o que ainda precisam aprender.
É o caso do pai de família austero, repressor e intolerante, mas que fora de casa é desprovido de valores morais e não pratica o que ensina aos filhos.
Líderes apoderam-se de cadeiras administrativas como ponte para alcançarem objetivos pessoais, entre eles, cargos políticos. E, assim, isentam-se do compromisso com o que aprendem e com o que ainda precisam aprender.
É o caso do pai de família austero, repressor e intolerante, mas que fora de casa é desprovido de valores morais e não pratica o que ensina aos filhos.
O venal age da mesma forma: dentro da instituição, defende a governança corporativa, as regras claras para compra e venda de materiais e a ética. Nos bastidores, porém, desonra a própria palavra. Fala correto, mas não pratica o que diz.
Outro perfil que todos conhecemos, dentro e fora do setor, é o do arrogante. Esse é o sujeito que acredita que de tudo já viveu e aprendeu.
Outro perfil que todos conhecemos, dentro e fora do setor, é o do arrogante. Esse é o sujeito que acredita que de tudo já viveu e aprendeu.
Finge deter o conhecimento do qual todos seus pares e colegas carecem, propagando verdades, opiniões e ensinamentos definitivos. Arma-se de razão e imposição para proteger o próprio ego.
Esse tipo de atitude é uma praga que prejudica organizações em todos os mercados, mas penso em um fator que contagia particularmente – talvez exclusivamente – a dinâmica do nosso setor.
Esse tipo de atitude é uma praga que prejudica organizações em todos os mercados, mas penso em um fator que contagia particularmente – talvez exclusivamente – a dinâmica do nosso setor.
É assim: hoje, o consumidor não sabe quem são as lideranças das empresas automobilísticas. Ele quer saber de desempenho, preço, características do produto. Na Saúde, não. Muitas vezes, o líder se torna maior do que a instituição.
Por que isso é necessariamente ruim? Não é, em uma primeira instância. A liderança carismática ajuda a impulsionar o negócio. Mas, depois, pode se tornar um amortecedor do desenvolvimento e um celeiro de vaidade. Uma liderança forte e contínua não depende de uma única pessoa, e a instituição precisa caminhar com as próprias pernas.
Na Saúde, o fracasso pode impor danos dramáticos ao resultado assistencial, não só do ponto de vista da recuperação do paciente, mas do acolhimento das pessoas. Por isso, o conhecimento é nossa fortaleza.
Por que isso é necessariamente ruim? Não é, em uma primeira instância. A liderança carismática ajuda a impulsionar o negócio. Mas, depois, pode se tornar um amortecedor do desenvolvimento e um celeiro de vaidade. Uma liderança forte e contínua não depende de uma única pessoa, e a instituição precisa caminhar com as próprias pernas.
Na Saúde, o fracasso pode impor danos dramáticos ao resultado assistencial, não só do ponto de vista da recuperação do paciente, mas do acolhimento das pessoas. Por isso, o conhecimento é nossa fortaleza.
Um recurso precioso, que deve ser absorvido e compartilhado de forma consistente e responsável. Afinal, ninguém deveria envergonhar-se do que ainda tem a aprender.
18 de maio de 2016
Francisco Balestrin é presidente do Conselho de Administração da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) e presidente eleito da Associação Mundial de Hospitais (IHF)
18 de maio de 2016
Francisco Balestrin é presidente do Conselho de Administração da Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados) e presidente eleito da Associação Mundial de Hospitais (IHF)
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