Trata-se do diretor do Fundo Monetário InternacionaI em Washington, Otaviano Canuto, que já foi falado para o ministério e para o BNDES logo no começo de 2014 e é conhecido como um economista simpatizante de ideias liberais, como reformas previdenciária, trabalhista, tributária e fiscal, e que não é ortodoxo quanto ao papel do Estado como indutor da economia, notadamente no que se refere a políticas setoriais.
É menos liberal que Joaquim Levy ou Henrique Meirelles, mas extremamente crítico à atual matriz econômica, considerada um misto de irresponsabilidade fiscal e políticas de crédito farto que empurraram a economia brasileira para o binômio de recessão e inflação.
Canuto é relativamente pouco conhecido do mercado financeiro, mas altamente respeitado por economistas e empresários . “Ele consegue transitar dos dois lados, falar com o [Luiz Gonzaga] Belluzzo na Unicamp e com o [Edmar] Bacha na PUC do Rio, escolas de pensamento totalmente opostas”, diz uma fonte que conhece Canuto há anos.
ELOGIANDO LEVY
Atualmente Canuto tem elogiado o trabalho de Joaquim Levy e criticado o modelo anterior. Ele é próximo da presidente Dilma, que já conversou com ele por ocasião uma visita a Washington. Também mantém bom relacionamento com o ex-ministro Antonio Palocci, com quem trabalhou como secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, em 2003. Na transição entre os governos FHC e Lula, Pedro Malan, ministro da Fazenda de Fernando Henrique recomendou Canuto a Palocci.
Indicado pelo governo, Canuto assumiu,em 2004, o cargo de diretor no Banco Mundial, como representante do Brasil. Ao término do mandato passou a ser funcionário de carreira da Instituição.
Em junho deste ano, por indicação governamental, Canuto deixou o banco e foi para o FMI em substituição ao economista Paulo Nogueira Batista. Politicamente, sua indicação é bem recebida levando-se em conta as exigências de Henrique Meirelles, para assumir o cargo, tais como nomeações para cargos-chave da política econômica, além de liberdade no próprio ministério.
15 de novembro de 2015
José Carlos Werneck
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