"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

VELHO TRUQUE: PT QUER SER OPOSIÇÃO AO PT


(Folha) Em documento divulgado nesta quarta-feira (1º), a chapa PMB (Partido que Muda o Brasil), maior força interna do PT, fez críticas ao modelo de ajuste fiscal proposto pela gestão Dilma Rousseff (PT). O grupo majoritário --formado pelas correntes CNB (Construindo um Novo Brasil), Novo Rumo e PTLM-- lamentou que o peso das medidas econômicas tenha "recaído mais sobre os trabalhadores do que sobre outros setores das classes dominantes". 

Elaborado para o 5º Congresso do PT, que será realizado em junho, o manifesto questiona ainda por que a sociedade não foi previamente consultada sobre o ajuste fiscal do governo petista. "Essas práticas foram em grande parte responsáveis pelo mal-estar de muitos movimentos sociais que lutaram pela eleição da presidente e que, hoje, se encontram perplexos e frustrados com as primeiras medidas", avalia. 

O texto, no entanto, defende a presidente ao negar que Dilma, ao propor mudanças econômicas, tenha cometido "estelionato eleitoral", e garante que ela não renunciou às promessas feitas na campanha eleitoral. "Faltou explicar, contudo, e no momento adequado (talvez antes mesmo do 1º de janeiro), que não era mais possível continuar aplicando, da mesma forma, as políticas contra cíclicas adotadas no primeiro mandato", pondera. 

A maior chapa do partido admite que as recentes denúncias de corrupção "acabaram por golpear duramente a imagem da legenda" e defende que a sigla "não pode cair nessa vala comum". "É imprescindível que a continuada ação dos poderes da República e a própria vigilância do partido cortem a corrupção na sua raiz, se necessário na própria carne. O PT necessita sair das páginas policiais do noticiário e ficar apenas naquelas dedicadas à política", ressalta. Na avaliação do grupo majoritário, o "fenômeno da corrupção" poderia ter sido enfrentado de maneira distinta caso fosse realizada uma reforma política no país. 

O texto coloca ainda como um desafio para o partido entender como a mobilização que garantiu a reeleição da presidente foi revertida em "tão curto prazo". "Parte da maioria que elegeu a presidente está perplexa e desmobilizada", admite. 

As críticas ao governo federal também foram vocalizadas em documento divulgado pela tendência Mensagem ao Partido, a segunda maior força interna da sigla. Segundo o texto, o segundo governo da presidente teve início com uma "clara inflexão conservadora" que, na avaliação da corrente interna, é "contraditória" ao programa eleitoral apresentado pela então candidata petista. 

"É preciso superar esse impasse ou o segundo governo trabalhará, na melhor das hipóteses, com um cenário de baixo crescimento [da economia] e eventual crescimento do desemprego", ressalta. Para a tendência petista,"os maiores erros" nos últimos anos, e que "podem se repetir agora", foram cometidos pela gestão do Banco Central. "Desestabilizou tentativas de retomada econômica, onerando a carga fiscal."

02 de abril de 2015
in coroneLeaks

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