"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

CÚMPLICE DE YOUSSEF QUER DESMENTIR A ODEBRECHT NO EXTERIOR


Leonardo Meirelles quer desmentir a Odebrecht

Um dos objetivos da viagem, segundo a Folha apurou, é tentar encontrar comprovantes de que a Odebrecht pagou propina fora do país para conseguir contratos na Petrobras. Meirelles é réu confesso na Lava Jato, não fez um acordo de delação premiada, mas vem contribuindo com a investigação com o objetivo de ter uma pena menor.


Réu na Operação Lava Jato sob acusação de ter emprestado contas para o doleiro Alberto Youssef enviar recursos para fora do país, o empresário Leonardo Meirelles pediu autorização à Justiça para ir à China e a Hong Kong buscar provas sobre remessas ordenadas por empreiteiras.
Em depoimento à Justiça na última terça-feira (31), o doleiro Alberto Youssef disse que a Odebrecht pagava propina fora do Brasil e usava uma empresa do Panamá chamada Constructora del Sur S/A para fazer as remessas para contas que ele controlava fora do Brasil.
Youssef disse que recebeu dinheiro da Odebrecht em seu escritório para pagar suborno e que em um dos casos a propina foi paga pela OAS, integrante de um consórcio junto com a empreiteira.
US$ 140 MILHÕES…
O doleiro citou que um desses pagamentos pode ter sido feito por meio de uma das contas de Meirelles. Disse que não tinha certeza se a conta era a de Meirelles ou de outro doleiro, Carlos Alberto Souza Rocha.
Meirelles tem três contas na China e em Hong Kong pelas quais passaram cerca de US$ 140 milhões entre 2010 e 2013, segundo estimativa do próprio empresário em entrevista à Folha em fevereiro.
As contas eram abertas em nomes de empresas que Meirelles comprava quebradas, como a Labogen e a Piroquímica, e os recursos eram enviados à China e a Hong Kong simulando o pagamento de importação de produtos químicos. Os produtos nunca foram enviados ao Brasil, mas o dinheiro era usado para fazer pagamentos no exterior, entre eles o de suborno para empreiteiras.
Meirelles e Youssef tiveram uma sociedade na Labogen, laboratório que chegou a fazer uma parceria com o Ministério da Saúde para produzir o princípio ativo de um remédio que o país importa.
A parceria foi rompida pelo ministério no ano passado após a Operação Lava Jato ter revelado que o ex-deputado federal André Vargas (ex-PT-PR) havia intermediado encontros para a Labogen conseguir o negócio com o governo
BARUSCO CONFIRMA
Outro delator da operação, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, entregou à Justiça comprovantes de pagamento que recebeu da Constructora del Sur em uma conta que mantinha na Suíça. Barusco disse ter recebido US$ 916,7 mil da Odebrecht por meio da empresa.
A mesma empresa do Panamá foi usada para fazer pagamentos ao ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, segundo documentos das autoridades de Mônaco.
A Constructora del Sur tem todas as características de uma empresa de fachada, segundo investigadores da Lava Jato: seus supostos executivos são advogados que representam outras firmas.

02 de abril de 2015
Mario Cesar Carvalho
Folha

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