"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

MAIS DO QUE POLÍTICA, A CRISE É PROFUNDAMENTE MORAL


Por ser um projeto artificial, a 'Pátria Grande' socialista não tem lastro junto ao povo brasileiro, que rechaça nas ruas tal engodo.
O brado das ruas é "Fora Dilma", Fora PT", "Fora Foro de São Paulo", "fora cubanização" e "fora venezuelanização".

A grave crise política atual expressa uma profunda crise moral, com as danosas conseqüências decorrentes disso: é a crise da representatividade e da legitimidade, que evidencia a debilidade das insituições, quase todas deficientes ou mesmo destituídas daquilo para as quais foram constituídas, pois a democracia foi erigida como sistema para garantir acima de tudo a ordem e a  paz social. 
Se ambas estão comprometidas, a própria democracia corre o risco de se degenerar, a exemplo do que já ocorreu no passado, em demagogia, abrindo campo para os piores totalitarismos. Se a democracia deve garantir o direito às liberdades inidividuais e os demais direitos da pessoa humana, tais direitos só serão garantidos com o cumprimento da lei. 
O papa Pio XII lembrou em sua mensagem radiofônica de Natal, em 1944, que somente com bases morais sólidas a democracia pode se sustentar, por isso se referia ao que ele chamou de "democracia sadia". O que o PT conseguiu nesses trinta anos foi fazer soçobrar as bases morais da democracia, e daí a crise em que nos encontramos.
Quando o Prof. Olavo de Carvalho disse em hangout avaliando as manifestações do dia 15 de março [que reuniu mais de dois milhões nas ruas de todo o País], foi categórico: "Morreu a "Nova República!" Com isso quis dizer que nem mesmo os que dizem ter tanto lutado pela "redemocratização", não estão entendendo bem o que exatamente está acontecendo. Mas as multidões vão às ruas manifestar sua indignação pelo que esses tais que dizem ter lutado tanto pela redemocratização, fizeram com a democracia, aviltando-a e aviltando assim a própria nação brasileira. 
O povo vai às ruas e age como o côro nas tragédias gregas, a incomodar os atores principais com a verdade, a dizer que a realidade pesa, lembrando a eles que a realidade pesa demais. É como Édipo em busca do culpado, e descobre com horror que é ele mesmo aquele a quem procurava.

O chefe do mensalão continua sendo muito blindado pela imprensa e pelos órgãos aparelhados do Estado e da sociedade, e que continua agindo encarnando Macunaíma com nunca antes outro na história do Brasil. Mas o povo brasileiro nas ruas é um sinal daquilo que Abraham Lincoln proferiu sabiamente: "Você pode enganar algumas pessoas o tempo todo ou todas as pessoas durante algum tempo, mas você não pode enganar todas as pessoas o tempo todo." Aos que se negam a encarar a realidade dos fatos, as erínias estiveram sempre prontas para agir.
Os próprios dirigentes do PT reconhecem que eles conquistaram em 2002 o "governo", mas não ainda o "poder" na proporção que eles desejam, e para isso querem agora uma reforma política com financiamento público de campanha (encabeçada pela CNBB-OAB), para engessar o sistema eleitoral, as chamadas "reformas estruturais" que os favoreçam ad eternum, como querem, e, em seguida, focarão na reforma urbana, na implantação da agenda gayzista e abortista (eufemisticamente a agenda dos "direitos humanos"), o controle da mídia e enfim, a tão cobiçada desmilitarização das Polícias Militares. Esse é o roteiro deles para consolidar o projeto totalitário da "Pátria Grande" socialista.
Por ser um projeto artificial [como foi o da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e, por isso mesmo soçobrou], a 'Pátria Grande' socialista não tem lastro junto ao povo brasileiro, que rechaça nas ruas tal engodo. O brado das ruas é "Fora Dilma", Fora PT", "Fora Foro de São Paulo", "fora cubanização" e "fora venezuelanização". 
É fato que os ideológos da Pátria Grande socialista há já algumas décadas (mais ainda após a revolução cubana de 1959), desejam o "bloco regional" latinoamericano (a Celac) para estender por todo o continente, pelo método gramsciano, o socialismo cuja implantação na União Soviética e no leste europeu faliu depois de vitimar a tantos. 

E pior ainda é que tal projeto artificial e totalitário é revolucionário e anticristão, se volta portanto contra a raiz identidade brasileira, cujo catolicismo atual está impregnado de progressismo equerdizante, que a CNBB e as pastorais sociais (da Juventude e outras) vem disseminando no seio da Igreja, enfraquecendo cada vez mais qualquer legítima expressão de resistência e defesa da sã doutrina católica. Nunca a Igreja esteve numa encruzilhada tão perigosa. Mas cabe lembrar nesse contexto, o quanto é atualíssimo o que disse Pio XI: "O socialismo tem uma concepção da realidade oposta à verdade cristã". Por isso, erra a CNBB em ser cúmplice do PT em seus propósitos bolivarianos. 

02 de abril de 2015
Hermes Rodrigues Nery é coordenador do Movimento Legislação e Vida. 

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