Os 51 anos de aniversário do golpe de Estado que instaurou a ditadura (1964-1985) foram lembrados nesta terça (31), no Clube Militar, no Rio. Militares da reserva, parentes e civis que apoiaram o impeachment da presidente Dilma Rousseff nas passeatas do dia 15 de março passado participaram de um almoço em comemoração da data. O encontrou reuniu 180 pessoas.
No evento, o presidente do clube, o general Gilberto Pimentel leu um texto de três páginas intitulado “Não temos o direito de esquecer”. No documento, o militar da reserva lembrou os fatos referentes ao período e destacou a intervenção dos militares no governo do então presidente João Goulart.
Pimentel citou o período da Guerra Fria e o que chamou de “expansão comunista” para se referir à ação da então União Soviética em países do Leste europeu, África e Cuba. “Esta visão do avanço vermelho pelo mundo inteiro e do perigo que isso representava para nossa pátria é, em muitas ocasiões, menosprezada pelos estudiosos do período, às vezes por ignorância, às vezes por falta de visão estratégica, quase sempre por má fé”, declarou.
BRASIL FOI SALVO
Segundo o militar, o Brasil foi salvo devido a ação militar que “soube a hora de agir”.
“Esquecer 1964 é uma atitude de capitulação moral e intelectual. É ocultar das atuais gerações o papel exemplar das Forças Armadas, impedindo a criação da república sindicalista e da ditadura do proletariado”, disse.
Pouco antes do evento, um grupo com cerca de 20 pessoas fizeram uma manifestação a favor dos militares diante do clube.
Para evitar protestos que pudessem atingir o clube ou os convidados, a Polícia Militar enviou ao local dois ônibus com policiais. Diante da porta do clube, uma equipe do Batalhão de Choque também se colocou diante da porta para evitar a aproximação de manifestantes como aconteceu em 2013. Na ocasião, os sócios do clube e seus parentes precisaram deixar o local sob escolta já que os manifestantes, contrários ao golpe, cercaram as duas portas de entrada do clube, no Centro do Rio. Desta vez, não houve nada.
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Os três poderes da República estão podres, não há dúvida. Vejam o que acaba de acontecer no Judiciário, com as diárias de viagem dos magistrados sendo aumentadas em 83%. Ninguém se envergonha de nada.
A ética parece ter sida abolida por senso comum dos governantes, políticos e autoridades públicas. Mas nada disso justifica uma intervenção militar.
Esta é a resposta que as ruas deram hoje, com o fracasso das manifestações convocadas nas redes sociais. (C.N.)
02 de abril de 2015
Deu na Folha
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