Com recessão, apagão, seca e petrolão, é normal ficarmos obcecados pelos problemas domésticos. Mas é importante nesse tipo de situação olhar o que ocorre no mundo para ter visão mais clara de como tratar esses emaranhados de crises imediatas.
A Grécia --que, por décadas, manteve políticas protecionistas, regulação restritiva, elevação de gasto público e de endividamento-- mais uma vez entrou em crise e agora pede perdão de dívidas e autorização para gastar mais para aliviar o sofrimento da população.
Enquanto isso, a Índia, gigante emergente, tem expansão acelerada que pode levá-la a ultrapassar a China em crescimento. Isso é resultado da eleição de um primeiro-ministro com políticas modernas que favorecem a competição, a quebra de monopólios, a modernização das estatais e o combate à burocracia indiana.
Já a China paga hoje por exageros passados e atinge os limites do modelo baseado no forte controle estatal pelo Partido Comunista. Enquanto o país tenta aumentar a capacidade de compra da população, equilibrar a economia e corrigir os exageros, promove amplo combate à corrupção, com mais de 50 mil burocratas ou pessoas ligadas ao PC já denunciadas.
Na Europa estagnada, é oportuno observar o sucesso da economia britânica. O Reino Unido cresce a taxas elevadas, cria empregos e serve de contraste ao continente europeu. É um país que, desde a era Thatcher, empreendeu reformas radicais, abriu mercados e quebrou monopólios estatais. O ciclo político seguinte, do novo trabalhismo, procurou conjugar as reformas thatcheristas com políticas sociais. Com a volta dos conservadores ao poder, em 2010, Londres adotou austeridade fiscal e contenção de despesas públicas, liberando recursos na sociedade para investimento e consumo privados.
Importante notar que, ao contrário do que ocorreu em outros países europeus, essa eficiente austeridade foi adotada depois das reformas profundas na economia britânica.
Nos EUA, o crescimento é sólido, apesar dos vaticínios catastrofistas dos que consideravam o aumento do gasto público a única saída para a crise e que falavam em "abismo fiscal" após o corte de gastos imposto pelo Congresso. Com seu dinamismo econômico, empreendedorismo, Banco Central independente, regulamentação pró-mercado e pró-competição, os EUA agora voltam a liderar a economia mundial.
Tudo isso leva a conclusões irrefutáveis: o caminho da prosperidade passa por uma administração profissional de governos e estatais, uma regulação pró-competição que dê condições aos empresários de empreenderem e gerar crescimento e emprego, um bom funcionamento do sistema de preços e a maior transparência possível.
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