"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O MUNDO MANDA RECADO

Com recessão, apagão, seca e petrolão, é normal ficarmos obcecados pelos problemas domésticos. Mas é importante nesse tipo de situação olhar o que ocorre no mundo para ter visão mais clara de como tratar esses emaranhados de crises imediatas.


A Grécia --que, por décadas, manteve políticas protecionistas, regulação restritiva, elevação de gasto público e de endividamento-- mais uma vez entrou em crise e agora pede perdão de dívidas e autorização para gastar mais para aliviar o sofrimento da população.

Enquanto isso, a Índia, gigante emergente, tem expansão acelerada que pode levá-la a ultrapassar a China em crescimento. Isso é resultado da eleição de um primeiro-ministro com políticas modernas que favorecem a competição, a quebra de monopólios, a modernização das estatais e o combate à burocracia indiana.

Já a China paga hoje por exageros passados e atinge os limites do modelo baseado no forte controle estatal pelo Partido Comunista. Enquanto o país tenta aumentar a capacidade de compra da população, equilibrar a economia e corrigir os exageros, promove amplo combate à corrupção, com mais de 50 mil burocratas ou pessoas ligadas ao PC já denunciadas.

Na Europa estagnada, é oportuno observar o sucesso da economia britânica. O Reino Unido cresce a taxas elevadas, cria empregos e serve de contraste ao continente europeu. É um país que, desde a era Thatcher, empreendeu reformas radicais, abriu mercados e quebrou monopólios estatais. O ciclo político seguinte, do novo trabalhismo, procurou conjugar as reformas thatcheristas com políticas sociais. Com a volta dos conservadores ao poder, em 2010, Londres adotou austeridade fiscal e contenção de despesas públicas, liberando recursos na sociedade para investimento e consumo privados.

Importante notar que, ao contrário do que ocorreu em outros países europeus, essa eficiente austeridade foi adotada depois das reformas profundas na economia britânica.

Nos EUA, o crescimento é sólido, apesar dos vaticínios catastrofistas dos que consideravam o aumento do gasto público a única saída para a crise e que falavam em "abismo fiscal" após o corte de gastos imposto pelo Congresso. Com seu dinamismo econômico, empreendedorismo, Banco Central independente, regulamentação pró-mercado e pró-competição, os EUA agora voltam a liderar a economia mundial.

Tudo isso leva a conclusões irrefutáveis: o caminho da prosperidade passa por uma administração profissional de governos e estatais, uma regulação pró-competição que dê condições aos empresários de empreenderem e gerar crescimento e emprego, um bom funcionamento do sistema de preços e a maior transparência possível.

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