"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

VEJA QUEM GANHA AS ELEIÇÕES

 

carlos_brickmann_09Ibope, Datafolha, institutos de pesquisas são para os fracos: acertam na maioria das vezes, mas há também casos de erro.
A cada pesquisa que divulgam, aparece alguém insatisfeito com o resultado dizendo que não foi ouvido e não conhece ninguém que o tenha sido – como se fosse fácil conhecer algum dos três mil entrevistados numa população de 200 milhões de habitantes.

Para os fortes, há o melhor instituto do mundo, o DataCarlos, que não erra nunca. Pesquisas do DataCarlos não têm margem de erro para cima ou para baixo.
Seu intervalo de confiabilidade é de 100%. E só não é superior a 100% porque o maior especialista mundial em números impossíveis, Guido Mantega, não veio ainda trabalhar conosco (nem virá, que aqui ninguém é doido).

O DataCarlos não tem pesquisadores, não faz entrevistas, não se preocupa com amostragens, e só sabe o nome dos candidatos porque saem todo dia nos meios de comunicação. Pois nem o nome dos candidatos afeta a pesquisa.

E agora, a resposta que todos querem conhecer: o vitorioso nas eleições será o PMDB. Ganhe Dilma ou ganhe Aécio, o PMDB, sob o comando de Michel Temer (ou de outro líder que melhor encarne os interesses partidários), governará o Brasil. Vai nomear os ministros importantes, faturar (eita, palavra perigosa!) os êxitos da administração, escolher até os jardineiros (fantasmas) de cada prédio público, do Oiapoque ao Chuí.

E com a vantagem de, em caso de fracasso, botar a culpa na pessoa que os cidadãos comuns pensam que é presidente.
Por falar nisso
O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, PMDB, anunciou que pode deixar o cargo, irritado com a notícia de que Lula pedirá votos para Robinson Faria, PSD, que disputa o Governo do Rio Grande do Norte com Henrique Alves, seu primo. Garibaldi disse que conversou com Henrique sobre a saída do Ministério. E Garibaldi deixaria um cargo bom para protestar contra Lula? Ou, falando peemedebês, se Lula põe em risco o cargo que Henrique quer ocupar, Garibaldi deixa aquele que já ocupa, e que mexe com verbas imensas? Não, não.
Mas, se Garibaldi farejar que o poder pode mudar de mãos, não terá dúvida em deixar o Governo que termina (e buscar um no Governo que se inicia). Ganha sempre.
Ideias, não. Porradas
Está meio em cima da hora, mas alguém poderia contar aos candidatos que, num debate, eles não se dirigem aos adversários, mas aos eleitores? Se gritar e olhar feio para os adversários funcionasse, o dr. Enéas teria sido presidente. Bolsonaro fala grosso, Erasmo Dias falava grosso, mas quem chegou lá foram Itamar, Sarney, Fernando Henrique, que podiam bater forte, mas com voz suave. Telespectador gosta de vale-tudo no debate, mas vota em quem não o assusta.
Obama e Clinton não levantam a voz. De Gaulle era tonitruante – mas tinha uma história que lhe permitia exageros. Não é o caso de Aécio nem de Dilma.
Tranca-neurônios
De uma notícia distribuída à imprensa por um órgão do Governo Federal:
“Ministro Gilberto Occhi cumpre agenda sobre MCMV em São Paulo”
Vamos lá: que cargo ocupa o ministro Gilberto Occhi? E que será MCMV?
Carlos Brickmann é informação: Occhi é ministro das Cidades. E MCMV é como os burocratas chamam o programa “Minha Casa Minha Vida”.
Desrespeito ao consumidor
O engenheiro Jaime Waisman, leitor desta coluna, comprou no Magazine Luiza, em São Paulo, um aquecedor Britania. Conseguiu usá-lo uma vez: a resistência queimou. Levou-o em garantia à Hi-Tech Tecnologia Eletrônica, indicada pelo Manual do Fabricante. De 23 de agosto até hoje, nada: o aparelho continua enfurnado na oficina, por “falta de peças”. O frio acabou, o descaso não.
Atenção, Magazine Luiza; atenção, Britania; atenção, Hi-Tech: será preciso abrir processo contra vocês? Esta coluna pretende acompanhar o caso. Cliente merece respeito.
A CUT e a lei
Pois é. A 1ª Vara do Trabalho de Brasília condenou a TVT (do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ligado à CUT), por descumprimento das leis trabalhistas. Um cinegrafista de uma empresa terceirizada pediu reconhecimento do vínculo empregatício com a TVT; o juiz decidiu que não se pode terceirizar a atividade-fim da empresa. ATVT foi condenada a reconhecer o vínculo, assinar a carteira do cinegrafista e pagar-lhe os direitos do tempo em que trabalhou lá – 18 meses.
Meritíssima obra
O CD instrumental Festa na Roça, de Toninho Ferragutti (acordeon) e Neymar Diaz (viola caipira), concorre amanhã ao 15º prêmio Grammy Latino, em Las Vegas, EUA. O CD traz músicas caipiras clássicas, como Tristeza do Jeca e Menino da Porteira.
O que tem de diferente é a maneira de viabilizar o trabalho: criação e produção ficaram a cargo do Projeto Cultural Ceará, do escritório de advocacia Ernesto Tzilruc, em co-patrocínio com dois outros escritórios, Lehman, Warde & Monteiro de Castro Advogados e BLS Advogados, que compraram e distribuíram dez mil CDs a clientes e amigos. O CD também pode ser comprado em http://www.boranda.com.br/index_lojadetalhe_124

20 de outubro de 2014
Carlos Brickmann é jornalista e consultor de comunicação.

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