Crise hídrica em SP é usada covardemente pelo PT, assunto que exige responsabilidade
Governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin há muito vem descartando a possibilidade de racionamento de água na capital paulista em decorrência da mais grave estiagem dos últimos oitenta anos, que comprometeu sobremaneira o sistema Cantareira.Alckmin tem insistido nesse discurso, mas, de acordo com pesquisa Datafolha, 60% da população paulistana afirmam ter ficado sem água em algum momento nos últimos trinta dias.
A mesma pesquisa mostra que 75% dos moradores da maior cidade brasileira acreditam que a crise hídrica poderia ter sido evitada.
O PT vem tentando colar o problema às gestões tucanas na tentativa de prejudicar o presidenciável Aécio Neves, do PSDB, mas é preciso analisar o tema com a devida parcimônia e doses extras de coerência.
Como já mencionado na matéria, São Paulo é a maior cidade do País e como tal atrai muito mais brasileiros do que qualquer outra metrópole brasileira. Basta verificar a densidade demográfica da capital paulista, 7.387,69 habitantes/km², a décima maior do País, cuja média é de 22,43 habitantes/km².
A cidade brasileira com maior densidade demográfica é São João do Meriti (RJ), com 13 mil habitantes/km², o que lhe confere o título de “Formigueiro das Américas”. Os dados constam do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pois bem, na nessa grave crise de abastecimento de água um fator preponderante que os oportunistas preferem não levar em consideração. Estamos diante de um problema climatológico, não meteorológico como insistem alguns ditos especialistas.
Problemas climatológicos são mais complexos e resultam de um conjunto de fatores, entre os quais devemos citar os desmatamentos na Amazônia, que causa problemas na região Sudeste, e também o alto índice de impermeabilização da capital paulista, que tirou da cidade o pretérito rótulo de “terra da garoa”.
Com escassas oportunidades para que a água chegue ao solo e evapore em seguida, criando condições para chuva, a cidade desafiou a natureza em todos os flancos.
Outra questão importante que deve ser considerada é a falta de planejamento por parte das autoridades. Em dezembro de 2008, quando o então presidente Luiz Inácio da Silva decidiu empurrar os brasileiros na vala do consumismo como parte da estratégia para enfrentar a crise econômica global, o ucho.info alertou os palacianos para o perigo da medida, principalmente para as consequências de um plano populista de, da noite para o dia, permitir o extravasamento de uma demanda reprimida. Esse tipo de ação requer muito planejamento e responsabilidade, pois do contrário o resultado é o que vive-se hoje em São Paulo.
O problema dessa ação estapafúrdia de Lula não se reflete apenas na crise hídrica paulistana, mas continua marcando presença em muitas cidades brasileiras e em múltiplos segmentos. O primeiro deles é a mobilidade urbana, altamente comprometida por causa do criminoso incentivo do governo federal para a compra de automóveis novos.
Em muitas capitais os índices de congestionamento saltaram de maneira assustadora, a ponto de em algumas localidades existir frota de veículos muito superior à capacidade do sistema viário. Na cidade de São Paulo esse é o cenário na maior parte do dia, inclusive nas madrugadas dos finais de semana.
Quando decidiu incentivar o consumo irresponsável, Lula não se preocupou com a geração de lixo e com a logística reversa, processo que entre tantos objetivos contempla a destinação adequada das embalagens de produtos, por exemplo. A situação é tão preocupante, que autoridades estão tentando adiar o início da validade da legislação sobre resíduos sólidos, que previa o fim dos lixões para este ano.
A situação também se repete no setor de combustíveis. Com o aumento repentino e crescente da frota de automóveis, o governo obrigou a Petrobras a importar gasolina, revendendo o produto no mercado interno por preço subsidiado. Isso não só sangrou os cofres da estatal, mas contribuiu para aumentar os níveis de poluição e boa parte do território nacional, problema causado pela emissão de gases tóxicos e poluentes pesados decorrentes da queima de combustível fóssil.
Voltando ao tema da água, o governo federal, embalado pela irresponsabilidade, não preparou adequadamente a população para o consumo consciente não apenas de produtos e serviços, mas também e principalmente de recursos naturais.
O povo brasileiro é vergonhosamente mal educado e não sabe usar água coma devida responsabilidade. É comum ver na cidade de São Paulo pessoas lavando calçadas, vitrines e automóveis com mangueiras, no momento em que a ordem é economizar água.
A pesquisa Datafolha revela que muitos moradores da capital paulista abandonaram o uso da máquina de lavar como forma de economizar água, mas isso só aconteceu quando a crise alcançou níveis preocupantes. Usaram e abusaram da água, mas diante da escassez decidem mudar de postura. Como diz a sabedoria popular, de nada adianta lamentar o leite derramado.
Lamentavelmente, em sociedades atrasadas a consciência só desperta quando afetada é a mais sensível parte do corpo humano: o bolso. No dia em que a tarifa de água for elevada, possivelmente esse educação social se dará a fórceps. Foi assim com a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança, assim será com a necessidade de se economizar água.
A pesquisa Datafolha não erra ao afirmar que 75% da população paulistana creem que a crise poderia ter sido evitada. Desde que ela própria [população] fizesse sua parte com a devida antecedência. Posar de bom moço depois do estrago serve para nada. E durma-se com um barulho desses, sem direito ao banho noturno.
20 de outubro de 2014
ucho.info
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