"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

DEBATE NA GLOBO DEVE ATRAIR 20 MILHÕES DE ESPECTADORES

 



Se alguém tivesse alguma dúvida quanto a importância dos debates na televisão entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, ela seria totalmente dissolvida com a leitura do artigo da jornalista Keyla Jimenez (Folha de São Paulo, edição de sexta-feira 17, Caderno Eleições).

O texto revela que o debate realizado pelo SBT acusou uma audiência de 9 pontos, o que, somente em São Paulo, correspondeu a 1 milhão e 700 mil eleitores distribuídos por cerca de 550 mil domicílios, média de 3 pessoas por residência aproximadamente. Esta pesquisa, revelada por Keyla, foi feita pelo IBOPE. No caso limitou-se ao estado de São  Paulo.

O mesmo instituto, entretanto, realizou pesquisa nacional quando do debate levado ao ar no final do primeiro turno: a emissora atingiu 23% de audiência atingindo 14,7 milhões de espectadores. Nacionalmente, cada ponto significa 641 mil pessoas em 217 mil domicílios.

Se no primeiro turno, a audiência alcançou 23%, evidentemente na próxima quinta-feira vai superar esse patamar, pois a campanha atinge a característica de competição esportiva, das mais intensas, bastando citar a diferença muito pequena em favor de Aécio Neves, apenas 2 pontos, dentro da margem de erro que, na prática, pode traduzir um empate. Aliás, IBOPE e Datafolha apontam um empate técnico, um modo de autodefesa diante da dificuldade de um prognóstico antes do desfecho absolutamente decisivo na noite de quinta feira 23.

O fato é que tanto Dilma quanto Aécio vão encerrar o confronto tendo certamente mais de 20 milhões de testemunhas diante de si, preocupados com o desempenho de cada um.
Nesses 20 milhões de eleitores, provavelmente encontram-se os que ainda estiveram incertos e aqueles que permanecerem na intenção de anular o sufrágio ou votar em branco.
O debate no seu desenrolar representa uma onda gigantesca de opiniões e expressões invadindo e cobrindo de emoção o rastro das urnas que vão decidir o futuro imediato do país.

VELHOS TEMPOS

Diante das dimensões e do alcance da TV, passamos a ter mais certeza de como estão distantes os tempos de comício nas ruas e nas praças em busca dos votos que levam ao poder. O roteiro do poder, hoje, está desenhado e contido nas telas mágicas da televisão.
E não só da Globo, que representa a maioria absoluta do mercado de comunicação. As outras redes influem também, embora em menores proporções. Mas acontece que numa disputa que se mantém indefinida como a atual qualquer diferença pode se tornar decisiva.

Além do mais, a audiência da TV produz repercussões no dia seguinte nas ruas, nos locais de trabalho, nos transportes, nos bares e restaurantes. Essa repercussão, dependendo de sua intensidade e direção para este ou aquele sentido, pode se transformar em fator para desequilibrar o cotejo pela mínima diferença que seja. Pois tudo é relativo, teoria insuperável de Albert Einstein.

Numa luta em torno de diferenças mínimas, 1% pode se tornar igual a 100. Basta lembrar que a parcela de 1% do eleitorado pode eleger Dilma Rousseff como substitui-la por Aécio Neves no Palácio do Planalto.
Em síntese, a margem de 1 ponto é capaz de entregar a caneta do poder a qualquer um dos candidatos emparelhados até o debate na Rede Globo. A partir da noite de quinta-feira e na manhã de domingo próximo qualquer voto na urna será capaz de definir e decidir o futuro. A beleza e a força da democracia residem exatamente no poder popular de decidir.

20 de outubro de 2014
Pedro do Coutto

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