Domingo, dia de clássico do futebol carioca.
Maracanã quase pronto para sediar a final da Copa do Mundo.
O Flamengo, dono da maior torcida do país, numa iniciativa louvável, exibiu simpática demonstração contra o racismo que vem atormentando os espetáculos nas arenas mundo afora.
Para isso, resolveu homenagear a memória de alguns de seus notáveis craques negros do passado.
Assim, cada jogador do time exibiu nas costas de sua camisa o nome de um, entre aqueles mestres inesquecíveis.
Na verdade, foi emocionante ver em uniformes de jovens começando a carreira, nomes, por exemplo, como o do famoso goleador Índio, um dos responsáveis por minha conversão infantil à magia rubro-negra e do lendário zagueiro Domingos da Guia.
Por outro lado, os apresentadores da partida lembraram o alvissareiro fato de os telespectadores estarem a assistir à cena rara, talvez inédita, de dois técnicos negros no comando de suas equipes da beira do gramado.
O Flamengo, numa tarde de pouco futebol, sofreu um revés, perdendo por dois a zero.
Fato normal do jogo, vida que segue.
Fato normal do jogo, vida que segue.
O que não é do jogo, ou pelo menos do bom jogo, é a estarrecedora atitude da diretoria do clube rubro-negro, não por ter demitido seu técnico no dia seguinte, mas por tê-lo feito por baixo dos panos.
Pior e mais constrangedor, no entanto, foi o fato do Sr. Jaime de Almeida, com ligações quase carnais com o clube, praticamente nascido nas suas dependências, ter tomado conhecimento de sua dispensa pela imprensa.
Vê-se, pelo episódio, que talvez o grande problema do futebol tupiniquim não seja propriamente o racismo mas a falta de ética, de caráter, de respeito aos profissionais e de transparência de seus cartolas. Retrato do país?
15 de maio de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário