BRASÍLIA - A sova política que Dilma Rousseff está aplicando no PMDB revela uma fragilidade extrema não só do partido que apanha, mas de todo o Congresso Nacional.
A República, como se sabe, equilibra-se entre Três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Quando um partido com apenas 75 deputados entra em disputa com o governo, não há razão para o Congresso inteiro ficar catatônico e só se mobilizar para criar comissões de investigação sobre a Petrobras.
O sistema republicano brasileiro sempre concedeu um poder hipertrofiado ao Executivo em detrimento do Legislativo. A fragmentação partidária vista na última década agravou essa anomalia. Na última eleição, 22 siglas elegeram representantes para o Congresso. Dessas, 13 têm bancadas com mais de dez deputados.
Quase nada anda nesse ambiente infestado de microgrupos. O debate empobrece. Qualquer ruído produz uma paralisação. Trata-se de algo conveniente para o Executivo. Sobretudo em um ano eleitoral como o atual. A presidente ganha mais tempo para fazer campanha. Não precisa gastar energia vetando leis ou negociando projetos.
Dizer que o PMDB é fisiológico é só metade da história. Dentro do Congresso, a imensa maioria busca cargos e verbas públicas. Os peemedebistas talvez sejam ape- nas mais explícitos ao dizerem em público o que quase todos falam e fazem em privado.
Só um cataclismo forçará uma ruptura na joint venture eleitoral entre PT e PMDB. Depois da fase de choro e ranger de dentes, os políticos das duas siglas vão se entender. No final, a presidente ainda vai faturar lustrando sua imagem: a única ocupante do Planalto que dobrou o PMDB.
"O PMDB só me dá alegrias", disse Dilma Rousseff ontem. Poderia acrescentar: dá também um Congresso pouco eficiente e que só produz ruídos.
A República, como se sabe, equilibra-se entre Três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Quando um partido com apenas 75 deputados entra em disputa com o governo, não há razão para o Congresso inteiro ficar catatônico e só se mobilizar para criar comissões de investigação sobre a Petrobras.
O sistema republicano brasileiro sempre concedeu um poder hipertrofiado ao Executivo em detrimento do Legislativo. A fragmentação partidária vista na última década agravou essa anomalia. Na última eleição, 22 siglas elegeram representantes para o Congresso. Dessas, 13 têm bancadas com mais de dez deputados.
Quase nada anda nesse ambiente infestado de microgrupos. O debate empobrece. Qualquer ruído produz uma paralisação. Trata-se de algo conveniente para o Executivo. Sobretudo em um ano eleitoral como o atual. A presidente ganha mais tempo para fazer campanha. Não precisa gastar energia vetando leis ou negociando projetos.
Dizer que o PMDB é fisiológico é só metade da história. Dentro do Congresso, a imensa maioria busca cargos e verbas públicas. Os peemedebistas talvez sejam ape- nas mais explícitos ao dizerem em público o que quase todos falam e fazem em privado.
Só um cataclismo forçará uma ruptura na joint venture eleitoral entre PT e PMDB. Depois da fase de choro e ranger de dentes, os políticos das duas siglas vão se entender. No final, a presidente ainda vai faturar lustrando sua imagem: a única ocupante do Planalto que dobrou o PMDB.
"O PMDB só me dá alegrias", disse Dilma Rousseff ontem. Poderia acrescentar: dá também um Congresso pouco eficiente e que só produz ruídos.
12 de março de 2014
Fernando Rodrigues, Folha de S. Paulo
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