Elio Gaspari lembrou bem hoje:
“Ganha uma viagem a Roma, com direito a hotel “padrão Dilma”, quem souber apontar uma só política pública associada ao descontentamento do PMDB com o atual governo, os passados e os futuros. Se o deputado Eduardo Cunha, líder da bancada do partido e porta-voz da insatisfação, estivesse discutindo transportes públicos, muito bem. Difícil que o faça, a menos que pretenda começar pela promiscuidade existente nas relações dos governos do Rio de Janeiro com os concessionários. Ele também poderia estar descontente com a inépcia dos ministérios da Educação, ou da Saúde, mas disso seu PMDB não se queixa. A bandeira mais visível da oposição, ajudada pelos rebeldes, foi a proposta de instalação de uma comissão externa para investigar a Petrobras.”
Pois é. É claro que essa briga de bandidos agrada muito quem é oposição. É claro também que o caso das propinas da Petrobras tem que ser investigado, mas será que alguém acredita que o PMDB fez com que essa CPI das propinas fosse aprovada pelo amor à Pátria de cada um dos deputados que votaram contra o governo? Alguém duvida que o resultado dessa pirraça acabe em pizza quando o PT ceder um pouco (e vai ceder porque é ano de eleição)?
Dói muito chegar à triste conclusão que não vai ser em uma, duas ou dez eleições que vamos ter representantes dignos, mesmo se levando em consideração a remotíssima possibilidade do eleitor votar com consciência. A calhordice já está tão arraigada no meio político que a exceção virou regra geral e quase unânime: se não for canalha, desonesto, escroto, mau-caráter, moleque, ordinário, salafrário e sem-vergonha, não chega ao “pudê”.
E que me desculpem e esperneiem os que não concordarem, mas se essa sujeira toda não foi invenção do PT, ela foi institucionalizada por ele.
12 de março de 2014
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