"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 12 de março de 2014

BRASIL, DE MAL A PIOR

 

No Brasil, o dia seguinte sempre consegue ficar um pouquinho pior do que a véspera. Tome-se as disputas pelos governos estaduais. Em todos os estados, os candidatos até agora apresentados tem ficha ou prontuário pior do que os atuais titulares. Fora os candidatos à reeleição, cujas performances deixam a desejar, ao menos pelos baixos índices de preferência popular nas pesquisas até agora verificadas. Com uma ou outra exceção, é claro.
 
Vale registrar o que se passa em Brasília. O governador Agnelo Queirós, apesar da intensa propaganda que distribui pelas telinhas e microfones, alcança números sofríveis nas consultas populares, como candidato ao segundo mandato. Também, faz por merecer.
 
O diabo é quando se olha para seus adversários. Ainda conforme as pesquisas, que nesse caso parecem inexplicáveis, o favorito é o ex-governador José Roberto Arruda, aquele que foi preso no exercício do mandato e cassado.
Antes, como senador, teve de renunciar por haver mentido da tribuna do Senado, envolvido que estava no episódio da violação do painel.
Como governador, chegou a ser filmado recebendo dinheiro em espécie de um aventureiro local. Ficou rico, se já não era antes, está sendo processado, mas, pelo jeito, conseguiu carta de alforria para candidatar-se.
 
De fato, o companheiro de chapa de Arruda é o também ex-governador Joaquim Roriz, que como senador precisou renunciar para não ser cassado, depois de flagrado recebendo milhões por conta da venda “de uma bezerra” para um empresário local. Fala-se de fato porque, de direito, a candidata é uma de suas filhas, deputada.
 
Quem celebrou acordo para apoiar a dupla foi o também ex-senador, não renunciante, pois cassado, Luís Estevão, ainda hoje proibido de candidatar-se a qualquer cargo e com ordem de prisão decretada, até agora não cumprida.
 
Concorrerá ao Senado o antigo suplente de Roriz, atual senador Gim Argelo, líder do PTB, com tanto orgulho de integrar a quadrilha que, na sombra, disputa uma vaga no Tribunal de Contas da União, caso a presidente Dilma ceda aos seus apelos.
 
Haveria concorrente para Agnelo, de um lado, e Arruda, de outro? Bem que o PSOL, o PSB, o PDT e penduricalhos buscam uma alternativa salutar, mas até agora inviável.
Na periferia do Plano Piloto, maior contingente eleitoral de Brasília, tem-se como certa a vitória de um dos dois candidatos referidos, o atual e o antecessor.
 
Com todo o respeito ao processo democrático, dá vontade de voltar aos tempos em que o Distrito Federal não tinha governador, nem Câmara Distrital, nem representação no Congresso, mas apenas um prefeito nomeado pelo presidente da República…
 
12 de março de 2014
Carlos Chagas

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