"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 12 de março de 2014

AVANÇOS E RECUOS

A produção industrial brasileira cresceu 2,9% no primeiro mês deste ano em comparação com dezembro de 2013. É o que constatou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Industrial Mensal. O resultado interrompe trajetória de queda que começou em novembro (-0,6%) e se repetiu em dezembro (-3,7%).
A indústria de bens de capital foi a que mais cresceu de dezembro para janeiro: 10%. A de bens de consumo apresentou alta de 2,3%, sendo 3,8% nos bens duráveis e 1,2% nos semiduráveis e não duráveis, enquanto os bens intermediários tiveram incremento de 1,2%.

Com a exceção dos bens de capital, que acumulam alta de 12,1% nos últimos 12 meses, as outras categorias de uso somam quedas, de 0,2% a 1%. Mas há uma sinalização de certa melhoria: a venda de papelão ondulado da indústria cresceu 5,09% em fevereiro em relação a igual mês de 2013, auferindo 262,852 mil toneladas (mas, ante janeiro, houve recuo de 5,36%).

Segundo a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), no acumulado dos dois primeiros meses deste ano, registrou-se alta de 3,29% sobre o mesmo período de 2013, para 540,6 mil toneladas. Deduz-se que a produção de embalagens aumentou devido a mais pedidos da indústria.

A pesquisa, divulgada ontem, mostra que 17 dos 27 ramos tiveram aumento na produção de janeiro em relação a dezembro. A indústria farmacêutica, com alta de 29,4%, foi uma das principais influências positivas, assim como a de veículos automotores, que, com 8,7% de crescimento, interrompeu tendência negativa que vinha se repetindo desde outubro.

Contudo, o segmento do fumo está entre os que tiveram perdas significativas na produção (-47,6%). Também amargaram resultado para baixo setores como produtos químicos (-2,5%), metálicos (-2,7%) e álcool (-2,2%). Quanto à utilização da capacidade instalada (UCI), a indústria de transformação ficou em 82,7% no primeiro mês do ano, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em dezembro, o indicador estava em 82,1%; em janeiro, 83,5%.

O uso do parque fabril cresceu na comparação com janeiro de 2013 em 10 dos 21 setores pesquisados, mostrando comportamento heterogêneo da indústria. Os setores que tiveram alta da UCI foram bebidas, têxteis, madeira, celulose e papel, derivados de petróleo e biocombustíveis, químicos, máquinas e materiais elétricos, outros equipamentos de transporte, móveis e produtos diversos. Por sua vez, a produção de cerveja avançou 12,8%, passando de 1,072 bilhão de litros há um ano para 1,209 bilhão de litros no mês passado. As vendas internas de máquinas agrícolas no atacado atingiram 5.615 unidades em fevereiro, alta de 48,9% na comparação com janeiro e recuo de 9,6% ante fevereiro de 2013.

Resumo da ópera: a economia dá sinais de recuperação, mas há um quadro concreto de instabilidade. Há avanços substantivos e recuos significativos, o que gera clima de incertezas. A hora é para mais trabalho, produtividade e investimentos em infraestrutura, para que o país volte aos eixos do pleno crescimento.

 
12 de março de 2014
Editorial Correio Braziliense

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