De duas, sobrará uma: ou o presidente Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, aposenta-se em março para não conviver com seu desafeto, Ricardo Lawandowski, que o sucederá, candidatando-se em seguida às eleições de outubro; ou Joaquim Barbosa não se aposenta e continua ministro da mais alta corte nacional de Justiça.
Impossível parece a simbiose entre as duas hipóteses, quer dizer, Barbosa pedir aposentadoria em março e não se candidatar a nada, permanecendo ocioso aos 60 anos de idade. Será uma coisa ou outra.
Ganhou corpo, no Supremo, a suposição de ser inviável o convívio entre Barbosa e Lewandowski, gerador de entreveros permanentes durante todo o julgamento do mensalão. O bom senso, porém, manda indagar: o atual vice-presidente não tem conseguido conviver com o presidente, apesar de andarem às turras? Por que a recíproca seria diferente, numa casa onde o protocolo e a educação devem pontificar?
Fácil não tem sido o relacionamento entre eles, muitas vezes salpicado de agressões verbais e de discordâncias jurídicas, mas a natureza indica que os ventos que sopram de lá também sopram de cá. Até porque, não será da índole do futuro presidente cultivar revanches e vindictas além de suas concepções funcionais.
É mais profunda, porém, a equação a ser desenvolvida. Não constitui segredo estar sendo o nome de Joaquim Barbosa referido como possível candidato às próximas eleições. De preferência à presidência da República, mas por que não à vice-presidência, cobiçado por todos os candidatos, menos Dilma Rousseff.
Aécio Neves adoraria, como também José Serra. Eduardo Campos, nem se fala, excelente alternativa para evitar Marina Silva em sua chapa. A ex-ministra e senadora,da mesma forma gostaria de uma dobradinha acorde com os tempos modernos: uma mulher e um negro.
Sendo assim, e vale repetir, prevalecendo a lógica, ou Joaquim Barbosa sai para candidatar-se, dispondo de prazo até abril, ou não sai, podendo permanecer no Supremo por mais dez anos. Amuos e idiossincrasias costumam ficar de fora das projeções políticas.
NEGÓCIO DA CHINA
Dos quase 20 bilhões que o governo apregoa haver conquistado com a privatização do aeroporto do Galeão,no Rio, 70% serão financiados pelo BNDES e penduricalhos oficiais. Acresce que as parcelas serão pagas ao longo do prazo da concessão, de 30 anos, a juros subsidiados. Haverá melhor negócio para o capital privado?
SENDO POSTO A PROVA
A presidente Dilma despachou Aloísio Mercadante para o Extremo Norte, a fim de inaugurar realizações do programa “Minha Casa-Minha Vida”, que pouco ou nada tem a ver com ministério da Educação. Mas muito com a chefia da Casa Civil, ocupando o ministro a “pole-position” na corrida para suceder Gleise Hoffmann. Se agüentar o tranco, ganha a bandeirada.
24 de novembro de 2013
Carlos Chagas
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