Não vou contestar uma vírgula do que esse pastel falou, até porque meu pouco conhecimento sobre a vida desse homem simpático e carismático não me permite grandes conclusões, e, como não sou chegado a especulações, fico na minha, mas eu duvido que Veríssimo tenha a certeza do que diz, ou melhor, que tenha a hombridade de confessar que, entre as coisas que deve ter lido sobre Kennedy, obviamente optou pelas versões esquerdopáticas.
Quando eu li esse artigo me veio logo à cabeça Zumbi. Estranho? Explico. Li recentemente a história da sua história. Até 1950, mais ou menos, Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, era tido pelos historiadores como um um sujeito que mandava seus guerreiros capturarem os escravos das fazendas vizinhas para executarem trabalhos forçados, sequestrava mulheres, raras no Brasil no Século XVII, e executava quem tentasse fugir do quilombo.
Não cabe aqui fazer mau juízo desse tipo de comportamento porque, à época, isso era a regra.
Não sei por que cargas d’água, a partir desses anos 50, alguns historiadores marxistas resolveram “limpar a barra” de Zumbi e desandaram a inventar um monte de mentiras sobre ele. Como o comunismo era o ‘ó do borogodó’ da hora, com Stalin e Mao promovendo “milagres” e com nove entre dez sartres da vida difundindo o marxismo, os ‘intelequituais’ tupiniquins, por puro macaquismo (não confundir com macartismo), também adotaram a criança vermelhinha e passaram a ser as referências da ‘intelligentzia’ por aqui, principalmente no que diz respeito a “adequar” a história de modo que ela coubesse nas cabecinhas limitadíssimas dos seus seguidores e divulgadores.
Parêntesis (esse troço está ficando mais comprido do que eu previa): Dia 27 de novembro, a Intentona Comunista faz 78 anos. Em 1935 já tinha neguinho com um monte de merda na cabeça aqui no Brasil.
Mas, voltando ao Zumbi, de negão macho e brabo, os marxistas fizeram dele um doce de candura amarrado pela cintura. Aliás, desconfio que o boato, atualmente muito difundido, que ele era uma bichona foi obra desses mesmos caras, em uma avant-première do “politicamente correto”. A desfaçatez foi tanta que chegaram a citar documentos que nunca existiram como provas, nos quais Décio Freitas, Clóvis Moura e Joel Rufino supostamente se basearam para transformar Zumbi em um líder comunista de uma sociedade igualitária.
Décio Freitas, afirma em seu livro “Palmares: A Guerra dos Escravos” ter encontrado cartas mostrando que Zumbi cresceu em um convento, onde recebeu o nome de Francisco, aprendeu português e latim, e lá viveu até os 15 anos, quando - que momento épico! - recebeu um chamado de seu povo e partiu para o quilombo. Só que ele nunca mostrou as cartas para os outros historiadores que insistiam em ver o material e, um deles, o historiador Cláudio Pereira Elmir procurou sem sucesso durante cinco anos algum vestígio dos documentos citados por Décio nesse e em outro livro (“O maior Crime da Terra”) e concluiu que as fontes foram inventadas.
A história forjada Zumbi é apenas um exemplo pontual de como é fácil criar um mito, tendo o marxismo um público cativo e suficientemente idiota para acreditar e divulgar tais mentiras, principalmente em se tratando de uma figura que viveu há quase quatro séculos e cuja escassez de evidências é campo fértil para embustes como este. Felizmente, no caso de Kennedy - recente, se compararmos a Zumbi - há provas palpáveis em número e confiabilidade suficientes para desmascarar sujeitinhos como Verissimo e as fontes que ele bebe. Mas que fique bem claro que eu não estou indo contra as “verdades” do escritor nesse caso e sim pondo em dúvida a sua capacidade de julgamento, notoriamente corroída por uma ideologia política que o obriga a usar antolhos.
24 de novembro de 2013
Ricardo Froes
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