Petralhada arma o impeachment do Super Barbosa
24 de novembro de 2013
Deu a louca no PT? Alguns membros radicais do Partido dos Trabalhadores querem tirar o emprego vitalício do Joaquim Barbosa. Eles articulam, no Congresso Nacional, um movimento parlamentar para que se peça um inédito impeachment do atual presidente do Supremo Tribunal Federal, que foi o relator mão-pesada responsável por usar as teorias alemãs do domínio do fato para condenar os mensaleiros, mesmo sem todas as provas que nosso rigor judiciário exige.
Os petralhas querem convencer a maioria do Senado e da Câmara de que o Super Barbosa vem cometendo “abusos de poder” – ao ter obrigado os condenados na Ação Penal 470 a iniciarem o cumprimento de suas penas longe de suas casas. Alegam os injustiçados petralhas que seus “companheiros” foram submetidos ao vexame público de encarar a Penitenciária da Papuda. Claro, só não falaram de mordomias que os mensaleiros têm lá, como ar condicionado móvel... E o Barbosão estava quase mandando o Genoíno “ficar preso, em casa...”
Dificilmente vai prosperar qualquer ação política para derrubar o Super Barbosa, a esta altura do campeonato. A maioria não petista da base aliada não vai querer encarar uma briga com um “herói nacional” que, no desinformado imaginário popular tupiniquim, mandou para o xilindró os irmãos petralha. Além disso, o pedido de “justiçamento” do Barbosa tende a torna-lo ainda mais poderoso e popular – o que amplia o potencial dele para se aventurar (quem sabe?) a disputar a eleição do ano que vem.
Por ser magistrado, Barbosa tem até ao final de março de 2014 para se filiar a um partido político, depois de se licenciar e programar uma aposentadoria antecipada no STF. Barbosa já foi “formal e publicamente” convidado a disputar o governo do Estado do Rio de Janeiro. Quem lhe escalou para a missão foi o craque Romário, deputado federal, que preside o PSB fluminense.
Mas, se resolver encarar a política, Barbosa deve vir candidato à Presidência da República, por qualquer partido que lhe der legenda. Seria um nome diferente para mexer com a sucessão de 2014 – que ainda não oferece oposição consistente contra Dilma Rousseff, cujo governo navega como um Titanic...
Bem que a petalhada sonha em ver Barbosa fora da corte suprema o mais depressa possível. No meio de 2015, com Barbosa dentro ou fora, quem assume a presidência do Supremo é Ricardo Lewandowski (inimigo dele). E em 2014, os petistas terão a felicidade de ver seu ex-advogado José Dias Toffoli comandar as eleições (nas urnas eletrônicas do Al Capone, sem direito a conferência impressa do voto). Toffoli como presidente do Tribunal Superior Eleitoral não tem preço! O resto a petralhada compra com o mastercard corporativo para despesas secretas...
Enquanto os petralhas não armam a arapuca para o Super Barbosa, a direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra produz uma linda e emocionante cartinha de apoio aos “caros camaradas José Dirceu e José Genoíno”. O sempre radicalóide MST rotula o STF de “serviçal à classe dominante no País”. Claro, como de costume, também condena a mídia, “por cercear o direito à informação e à crítica, apresentando shows midiáticos”.
A cartinha merece entrar para os anais dos anais: “A Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem acompanhando com indignação o Julgamento de Exceção e a condenação injusta. Repudiamos com veemência a ação do judiciário brasileiro, em especial o Supremo Tribunal Federal, serviçal à classe dominante no país, que há anos vem atuando contra a classe trabalhadora, os movimentos sociais e a luta política”.
O MST prossegue na argumentação pseudojurídica dos oprimidos: “Para os Movimentos Sociais, a criminalização representa um recuo das conquistas democráticas obtidas através das lutas históricas dos trabalhadores e trabalhadoras, das quais vocês são sujeitos protagonistas. No último período, o MST também tem sido alvo da atuação parcial do judiciário, no que diz respeito ao bloqueio da Reforma Agrária, à continuidade da violência no campo, à perpetuação da impunidade aos crimes e massacres cometidos e perseguições políticas às nossas entidades jurídicas”.
Como de costume, o MST mete o pau na mídia que a cúpula petista sempre sonhou dominar e, na verdade, censura, parcialmente, com grana da publicidade estatal: “Essa atuação tem sido fortalecida pelos meios de comunicação de massa a partir de uma aliança de classe entre os setores dominantes, que arquitetam “shows midiáticos”, cerceando o direito à informação e à crítica”.
Os redatores sem terra, certamente na pressa, cometem até um errinho de “discordância” verbal (termo mais politicamente correto no caso deles, que nunca concordam com nada): “No caso desse julgamento, a aliança entre a Globo e o STF se tornam evidentes e revelam, mais uma vez, o poder de hegemonia da dominação. (Sic) Diante disso, reafirmamos o nosso compromisso em denunciar e combater as práticas promíscuas de parte do judiciário e da mídia burguesa brasileira”.
E os radicais do MST, hoje um movimento dividido, terminam a mensagem de forma épica: “Seguiremos na luta pela construção de um país soberano, com participação popular efetiva e na construção intransigente da justiça social. Expressando nossa indignação, nos solidarizamos e exigimos a liberdade imediata de vocês”.
O bonito é que, sem ler a cartinha do MST, um petista de carteirinha resolveu remar na contramão da maioria partidária. Um dos fundadores do PT e ex-ministro das Cidades no primeiro governo Lula, o gaúcho Olívio Dutra esculachou os mensaleiros: “O que não se pode admitir é o toma-lá-dá-cá nas práticas dos mensalões de todos os partidos, nas quais figuras do PT participaram”.
No discurso puritano, referente a um PT que, no passado, era o bastião da moralidade, da ética e da honestidade na política, Olívio Dutra pegou pesado contra Dirceu e Genoíno – que lhe fizeram dura oposição interna: “Um partido como o PT não pode ser jogado na vala comum com atitudes como esta. Com todo o respeito que essas figuras têm, não é o passado que está em jogo, é o presente, e eles se conduziram mal, envolveram o partido. O sujeito coletivo do PT não pode ser reduzido em virtude dessas condutas. O PT surgiu para transformar a política de baixo para cima. Eu não os considero presos políticos, foram julgados e agora estão cumprindo pena por condutas políticas”.
Olívio Dutra batendo nos mensaleiros não tem preço... O resto a gente compra com o cartão corporativo secreto ou manda pendurar a conta para ser paga com a verba corrupta de tantos outros mensalões e mensalinhos que não vêm à tona e só enriquecem o patrimônio dos integrantes do Governo do Crime Organizado...
Golpe do Infarto
Golpe do Infarto
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
24 de novembro de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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