A equação do preço dos combustíveis ficou difícil de resolver.
O governo adiou excessivamente os reajustes, a defasagem em relação ao mercado internacional fugiu do controle, a Petrobras teve o potencial de investimento prejudicado, e criou-se uma pressão inflacionária represada cujas comportas já não podem ser mantidas fechadas.
A questão é como e quando abri-las.
Especula-se que o assunto seja o objeto da reunião extraordinária do Conselho Administrativo da petroleira, convocada para amanhã, sob o comando do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Embora a presidente da companhia, Maria das Graças Foster, negue, não há assunto mais urgente em pauta.
E, como reunião ordinária estava agendada para duas semanas à frente, é razoável dar crédito às especulações.
O risco é novamente prevalecer a demagogia.
Significaria agravar problema já complexo.
Ao usar a Petrobras como instrumento de política econômica, para segurar a inflação, o governo descapitalizou e desacreditou a empresa, sem resolver a questão do custo de vida, apenas atenuada. Hoje, a companhia perde dinheiro quando vende gasolina, o transporte individual cresce, em detrimento do sistema coletivo, e outras distorções vão se acumulando.
Quanto mais rapidamente se desfizer esse nó, melhor para todos.
Na pior das hipóteses, que a decisão seja tomada já, ainda que para aplicação pouco mais adiante. Essa possibilidade é ventilada, tendo em vista, por um lado, que a correção não influenciaria tanto a inflação do ano se passasse a valer a partir de meados de dezembro; e, por outro lado, que restabelecer a certeza é exigência de primeira hora. Aliás, mais do que compreensível, é desejável, a esta altura, que as comportas não sejam totalmente abertas de forma repentina. Vai ser mesmo preciso programar reajustes escalonados. Mas é também fundamental que se respeite o mercado. A fórmula em discussão, com a criação de espécie de gatilho a ser acionado toda vez que os preços internos e os externos se desalinharem, tem boa chance de funcionar. Só não pode é eternizar-se nem ganhar ares de indexação, mal dos tempos da hiperinflação até hoje não exorcizado de todo pelo Brasil.
Por fim, basta de ingerência na Petrobras.
A companhia chega praticamente asfixiada a etapa fundamental da sua história: a da exploração do pré-sal. O governo deve aprender a conter o custo de vida e a enfrentar as variações do câmbio com corte de despesas de custeio, construindo superavits primários e reservas suficientes para contar com um colchão de proteção para a moeda, não manipulando bem precioso para todos os brasileiros e, em particular, para acionistas que apostam suas economias no bom desempenho da empresa
O governo adiou excessivamente os reajustes, a defasagem em relação ao mercado internacional fugiu do controle, a Petrobras teve o potencial de investimento prejudicado, e criou-se uma pressão inflacionária represada cujas comportas já não podem ser mantidas fechadas.
A questão é como e quando abri-las.
Especula-se que o assunto seja o objeto da reunião extraordinária do Conselho Administrativo da petroleira, convocada para amanhã, sob o comando do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Embora a presidente da companhia, Maria das Graças Foster, negue, não há assunto mais urgente em pauta.
E, como reunião ordinária estava agendada para duas semanas à frente, é razoável dar crédito às especulações.
O risco é novamente prevalecer a demagogia.
Significaria agravar problema já complexo.
Ao usar a Petrobras como instrumento de política econômica, para segurar a inflação, o governo descapitalizou e desacreditou a empresa, sem resolver a questão do custo de vida, apenas atenuada. Hoje, a companhia perde dinheiro quando vende gasolina, o transporte individual cresce, em detrimento do sistema coletivo, e outras distorções vão se acumulando.
Quanto mais rapidamente se desfizer esse nó, melhor para todos.
Na pior das hipóteses, que a decisão seja tomada já, ainda que para aplicação pouco mais adiante. Essa possibilidade é ventilada, tendo em vista, por um lado, que a correção não influenciaria tanto a inflação do ano se passasse a valer a partir de meados de dezembro; e, por outro lado, que restabelecer a certeza é exigência de primeira hora. Aliás, mais do que compreensível, é desejável, a esta altura, que as comportas não sejam totalmente abertas de forma repentina. Vai ser mesmo preciso programar reajustes escalonados. Mas é também fundamental que se respeite o mercado. A fórmula em discussão, com a criação de espécie de gatilho a ser acionado toda vez que os preços internos e os externos se desalinharem, tem boa chance de funcionar. Só não pode é eternizar-se nem ganhar ares de indexação, mal dos tempos da hiperinflação até hoje não exorcizado de todo pelo Brasil.
Por fim, basta de ingerência na Petrobras.
A companhia chega praticamente asfixiada a etapa fundamental da sua história: a da exploração do pré-sal. O governo deve aprender a conter o custo de vida e a enfrentar as variações do câmbio com corte de despesas de custeio, construindo superavits primários e reservas suficientes para contar com um colchão de proteção para a moeda, não manipulando bem precioso para todos os brasileiros e, em particular, para acionistas que apostam suas economias no bom desempenho da empresa
Correio Braziliense
Hora de dar fim ao dilema da Petrobras
07 de novembro de 2013
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