Em 2012, morreram 60.752 brasileiros por acidentes em trânsito intraurbano e tráfego interurbano; converteram-se em inválidos permanentes 352.495 pessoas.
Os 16 anos de guerra no Vietnã produziram um total de mortes americanas inferior a esta chacina brasileira, só em 2012.
O Brasil tem, a cada ano, uma guerra mais letal que as mortes americanas no Vietnã
Nas metrópoles, as pessoas têm medo de bala perdida, porém não falam do massacre automotor!
Consideram um risco "normal" circular nas cidades e nas estradas brasileiras, ou seja, com dimensão psicossocial, o brasileiro considera "natural" morrer no tráfego ou no trânsito. Assim sendo, a mídia, o debate público e sequer as manifestações de rua falam desse fenômeno.
É um insulto fazer propaganda, como vem fazendo o governo federal, afirmando que "Melhorar sua saúde é nosso compromisso", querendo associar ao "Programa mais médicos".
Se a proporção de mortes e mutilações por veículo automotor no Brasil caísse à metade do índice japonês, deixariam de falecer 30 mil brasileiros e haveria menos 175 mil inválidos, por ano.
Obviamente, teríamos uma redução de dias/leito de hospitalização.
Tenho a informação de que cada acidentado ocupa em média nove dias/leito. Se esta informação estiver correta, teríamos, por ano, mais 1.575 mil dias/leito disponíveis.
O efeito seria espetacular, pois acabaria a tragédia da falta de medicina de emergência.
A explicação do massacre brasileiro percorre desde os buracos de estrada ao ínfimo investimento em melhoria de infraestrutura urbana e metropolitana até a pouco prioritária política de favorecimento da logística rodoviária em detrimento da ferroviária e hidroviária; fazer a venda financiada (com juros leoninos) de veículos automotores em detrimento da construção civil.
Falta de educação para o trânsito, escassez de policiamento rodoviário, excessiva liberalidade na concessão de licença de direção, má sinalização urbana, dramática insuficiência de transporte metropolitanos sobre trilhos são dimensões trágicas ainda sem discussão.
13 de setembro de 2013
Prof. Carlos Lessa
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