Mesmo empenhados em encontrar uma saída para aprovar a anistia ao caixa 2, parlamentares ainda resistem em assumir a paternidade de um projeto sobre o polêmico tema. Durante reunião de líderes na tarde desta terça-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi questionado se colocaria em votação proposta com esse conteúdo e respondeu de forma pouco objetiva, dizendo que não o fará nas próximas duas semanas e que seria preciso perguntar ao relator da Reforma Política, Vicente Cândido (PT-SP), a respeito.
O questionamento veio do líder do PSOL, Glauber Braga (RJ). Para Braga, a resposta de Maia deixou aberta a possibilidade de votação de um projeto sobre o assunto. “Alguma chance de ser votado existe. Houve constrangimento por causa disso. O presidente deu uma não resposta” — disse.
MAIA ADMITE – Já Vicente Cândido se mostrou contrariado com o fato de Maia ter se referido à Reforma Política como o meio em que a anistia possa ser tratada. Para o deputado, misturar os dois temas pode atrapalhar a votação de seu relatório, que pretende apresentar até o final do mês com propostas como a instituição de lista fechada para os candidatos e a criação de um fundo eleitoral para financiar as campanhas
“Ele não combinou isso comigo. Se colocar na pauta essa história de anistia ao caixa 2, atrapalha a Reforma Política. É loucura” — disse Cândido.
Horas depois, no plenário, o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) cobrou que Rodrigo Maia garantisse que não colocaria em votação nenhum projeto sobre anistia ao caixa 2 durante seu mandato na Presidência da Câmara. Maia ignorou o pedido do deputado. Apenas agradeceu o elogio de Silvio, que o classificou como o presidente da Casa que mais dialoga, e passou a palavra ao próximo deputado.
15 de março de 2017
Júnia Gama
O Globo
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