Após se reunirem por mais de duas horas com o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, os líderes do governo no Congresso Nacional reafirmaram apoio ao ministro para continuar conduzindo as discussões sobre a reforma da Previdência. Os parlamentares alinhados ao Planalto mantêm a defesa de que as mudanças são as necessárias para que o Brasil continue tendo condições de sustentar a aposentadoria dos brasileiros. Os líderes se negam a citar pontos do texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016 que eventualmente poderiam ser alterados.
Para o novo líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Padilha deu “apoio indispensável” aos parlamentares que assumiram nas últimas semanas cargos de lideranças. O deputado André Moura (PSC-SE), que ocupava o posto de Aguinaldo e agora é líder do governo no Congresso, disse que confia em Padilha e que o ministro “tem papel fundamental” na condução dos debates.
APOIO MÚTUO – “O ministro Padilha tem nossa confiança, tem condições de conduzir esse processo”, afirmou. O encontro de hoje marcou o retorno de Padilha ao trabalho após 21 dias de afastamento médico em razão de uma cirurgia para retirada da próstata. Assim como em outras ocasiões, os líderes mantiveram a posição de que o governo está aberto ao diálogo, mas que a “ordem” é manter o texto da reforma como está. Segundo o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, o objetivo do governo é manter a proposta o “mais fiel possível” do que foi enviado pelo Planalto ao Congresso.
De acordo com ele, porém, a equipe econômica tem estudado o impacto financeiro de eventuais alterações no texto. “A gente tem modelos matemáticos para poder fazer esse tipo de projeção, mas como ainda não entrou na discussão em si do que se altera ou não, naturalmente não tem apresentação dos resultados. Na verdade, a gente está procurando mostrar a necessidade da reforma do jeito que ela está, porque é necessária para o país”, afirmou.
LAVA JATO – Questionado sobre a nova lista de investigados na Operação Lava Jato, que deve ser encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, o deputado André Moura disse que os pedidos de investigação não podem prejudicar a reforma. “Nada deve atrapalhar a reforma da Previdência, ela é prioridade para o país. Essas questões externas não podem atrapalhar o processo interno, essa é nossa posição”, disse.
Amanhã (14), os líderes e representantes do governo voltam a conversar sobre o assunto, desta vez com a presença do relator e do presidente da comissão que discute a reforma na Câmara, respectivamente os deputados Arthur Maia (PPS-BA) e Carlos Marun (PMDB-MS). Além dos líderes, participaram da reunião de hoje os ministros da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, além de Padilha.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A matéria não menciona que Padilha prestigiou exatamente os líderes que Renan denuncia serem indicações de Eduardo Cunha, que estaria fazendo Temer de refém. O resultado é que Renan, atual líder do PMDB, vai boicotar no Senado a reforma da Previdência, que na segunda-feira foi frontalmente atacada por ele numa entrevista coletiva. O clima está sinistro na capital, é o mínimo que se pode dizer. (C.N.)
15 de março de 2017
Paulo Victor Chagas
Agência Brasil
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