Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff também estão na lista dos políticos que a Procuradoria-Geral da República quer investigar. O caso deles está entre os 211 encaminhados a outras instâncias. Como não têm foro, os dois poderão ser investigados na Justiça Federal. A decisão de enviar os autos caberá ao ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato. Já os senadores tucanos Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), segundo o pedido da Procuradoria, estão citados nos pedidos de inquérito no Supremo Tribunal Federal, segundo revelaram pessoas com acesso à investigação.
Na lista dos 83 inquéritos solicitados pelo procurador-geral da República também está o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE), d o ministro da Secretaria da Geral, Moreira Franco, e de Relações Exteriores, Aloysio Nunes.
Também há pedido para investigar o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), o senador Edison Lobão (PMDB-MA), o ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab e o ministro das Cidades, Bruno Araújo.
Para a primeira instância da Justiça, o MPF pede para que sejam investigados os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci.
PADILHA É ALVO – Um dos 83 inquéritos cuja abertura foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal tem como alvo o ministro da Casa Civil Eliseu Padilha, segundo relataram o Globo pessoas com acesso a investigação. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pretende investigar as doações eleitorais dadas ao PMDB e que podem ser fruto de corrupção, conforme relatado na delação da Odebrecht.
Segundo Claudio Melo Filho, delator da Odebrecht, doação ao partido foi negociada em um jantar no Palácio do Jaburu, em 2014, com presenças do presidente Michel Temer e do ministro da Casa Civil. Temer pode ficar fora dessa investigação porque o entendimento no MPF é que o presidente da República não pode ser investigado por fatos anteriores ao mandato.
211 SEM FORO – Além dos 83 pedidos de inquérito contra pessoas que tem prerrogativa de foro no STF, Janot enviou 211 casos nos quais encontrou indícios de irregularidade contra pessoas sem direito ao foro no Supremo. Os casos foram remetidos à Corte, que fará o encaminhamento aos tribunais inferiores para análise. Janot também pediu sete arquivamentos e 19 outras providências – que podem ser, por exemplo, operações de busca e apreensão. No total, foram enviados ao STF 320 pedidos.
A chamada “lista de Janot” ainda está sob segredo de Justiça. Janot pediu ao relator do caso no STF, ministro Edson Fachin, a retirada do sigilo desse material considerando a necessidade de promover transparência e garantir o interesse público. O ministro deve tomar essa decisão nos próximos dias, depois de analisar o material.
15 de março de 2017
Jailton de Carvalho
O Globo
O Globo
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