As ramificações estaduais da Operação Lava-Jato vão ganhar um impulso novo com as investigações da Odebrecht. Como a maior empreiteira do Brasil tinha obras em praticamente todo o país e resolveu confessar crimes de todos os tipos, as investigações devem se esparramar para além de Brasília, Curitiba e Rio de Janeiro. Ontem, o procurador-geral da República fez 211 pedidos para que as apurações corram fora do Supremo Tribunal Federal (STF). A “senha” significa que os personagens suspeitos de corrupção e lavagem de dinheiro são políticos, empresários e operadores sem direito ao benefício de serem julgados apenas na Corte máxima brasileira. Governadores têm seus casos analisados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Para o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti, a medida vai trazer velocidade às apurações e não há risco de atraso pela quantidade de investigações. “A investigação em primeira instância é mais rápida sempre”, afirmou ele ao Correio ontem. “O juiz criminal toma decisões sobre como tocar o caso todos os dias. Ele não está usando o tempo dele ao mesmo tempo em que tem que tomar decisões constitucionais de altíssima relevância no país, como o Supremo.”
LEMBRANDO TEORI – Pouco depois de enviar os pedidos de investigação e arquivamento ao STF, Janot participou de uma homenagem ao ex-ministro-relator da Lava-Jato Teori Zavascki, morto num acidente aéreo em janeiro. A reunião foi a portas fechadas no gabinete do procurador. Os integrantes do grupo de trabalho da operação participaram, assim como familiares de Teori e o novo relator do caso, Edson Fachin. A partir de agora, o “bunker” onde trabalham os procuradores que auxiliam Janot no caso terá o nome de Teori Zavascki.
Ainda na noite de ontem, Janot mandou uma carta na rede interna dos procuradores detalhando a conclusão das primeiras ações em relação à delação da Odebrecht. “As revelações que surgem dos depoimentos, embora já fossem presumidas por muitos, lançadas assim à luz do dia, em um procedimento formal perante a nossa Suprema Corte, nos confrontarão com a triste realidade de uma democracia sob ataque e, em grande medida, conspurcada na sua essência pela corrupção e pelo abuso do poder econômico e político.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O governador Pezão é um dos alvos estaduais da Lava Jato, em função do legado da Copa e da Olímpiada, entre outras obras. Mas muitos outros governadores atuais e antigos estão na mira, como Geraldo Alkmin, José Serra, Aécio Neves, Agnelo Queiroz, Sérgio Cabral e “tutti quanti”. Um verdadeiro festival. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O governador Pezão é um dos alvos estaduais da Lava Jato, em função do legado da Copa e da Olímpiada, entre outras obras. Mas muitos outros governadores atuais e antigos estão na mira, como Geraldo Alkmin, José Serra, Aécio Neves, Agnelo Queiroz, Sérgio Cabral e “tutti quanti”. Um verdadeiro festival. (C.N.)
15 de março de 2017
Eduardo Militão e Matheus Teixeira
Correio Braziliense
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