As delegacias da Polícia Civil do Distrito Federal chegam a registrar 60 estupros por mês, número que pode ser bem maior em decorrência da subnotificação – os fatos não são levados ao conhecimento das autoridades por vergonha ou conveniência das vítimas, quando capazes, ou das famílias, em se tratando de menores.
Quase todas as vítimas (92,5%) são do sexo feminino e mais da metade são crianças e adolescentes. O que mais assusta é que em 69,8% dos casos os algozes são pessoas da família.
Em matéria publicada pela imprensa, a socióloga Nina Madsen, do colegiado de gestão do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFemea) de Brasília, diz que a quantidade poderia ser multiplicada por 10, para se aproximar de um medidor mais fiel.
A partir dos dados, começam as análises em que a culpa pelos abusos é lançada à “sociedade machista e violenta”. Os crimes são decorrentes da “cultura do machismo”.
Levanta-se a hipótese de que, conforme pesquisa, a sociedade atribui parte da culpa às mulheres “por se vestirem de forma inapropriada”.
Digamos que o machismo seja responsável por parte dos crimes, mas o que dizer dos abusos sexuais contra crianças de zero a 11 anos e de adolescentes de 12 a 17 anos?
Mais uma vez, um conceito é encontrado para atribuir a culpa por uma tragédia que se abate sobre os lares brasileiros, especialmente aqueles que, formados de qualquer jeito, são desestruturados. Quem estuprou o bebê não foi o tarado, o drogado, o bêbado ou o psicopata criminoso, foi um tipo de cultura, dizem.
As mulheres são vítimas, mas também são cúmplices de muitos dos crimes hediondos perpetrados contra suas filhas pequenas, vítimas de seus parceiros inconstantes, trocados a cada dois meses nas baladas escuras do hedonismo popular. Veem e ficam caladas, para não perder os namorados, e algumas ainda expulsam as filhas de casa para não aborrecer o cambrião.
A infância violentada é vítima da negligência vivida numa sociedade que resolveu perdoar o criminoso somente pelo fato de ele ser pobre. A ideologia da luta contra a opressão virou um salvo-conduto para todo tipo de sacripanta que se esconde atrás de uma vitimização social conveniente.
15 de março de 2017
Miguel Lucena é delegado da PCDF e jornalista.
Quase todas as vítimas (92,5%) são do sexo feminino e mais da metade são crianças e adolescentes. O que mais assusta é que em 69,8% dos casos os algozes são pessoas da família.
Em matéria publicada pela imprensa, a socióloga Nina Madsen, do colegiado de gestão do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFemea) de Brasília, diz que a quantidade poderia ser multiplicada por 10, para se aproximar de um medidor mais fiel.
A partir dos dados, começam as análises em que a culpa pelos abusos é lançada à “sociedade machista e violenta”. Os crimes são decorrentes da “cultura do machismo”.
Levanta-se a hipótese de que, conforme pesquisa, a sociedade atribui parte da culpa às mulheres “por se vestirem de forma inapropriada”.
Digamos que o machismo seja responsável por parte dos crimes, mas o que dizer dos abusos sexuais contra crianças de zero a 11 anos e de adolescentes de 12 a 17 anos?
Mais uma vez, um conceito é encontrado para atribuir a culpa por uma tragédia que se abate sobre os lares brasileiros, especialmente aqueles que, formados de qualquer jeito, são desestruturados. Quem estuprou o bebê não foi o tarado, o drogado, o bêbado ou o psicopata criminoso, foi um tipo de cultura, dizem.
As mulheres são vítimas, mas também são cúmplices de muitos dos crimes hediondos perpetrados contra suas filhas pequenas, vítimas de seus parceiros inconstantes, trocados a cada dois meses nas baladas escuras do hedonismo popular. Veem e ficam caladas, para não perder os namorados, e algumas ainda expulsam as filhas de casa para não aborrecer o cambrião.
A infância violentada é vítima da negligência vivida numa sociedade que resolveu perdoar o criminoso somente pelo fato de ele ser pobre. A ideologia da luta contra a opressão virou um salvo-conduto para todo tipo de sacripanta que se esconde atrás de uma vitimização social conveniente.
15 de março de 2017
Miguel Lucena é delegado da PCDF e jornalista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário