Com a decisão em caráter liminar tomada pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado pelo fato de o peemedebista ser réu em ação penal e integrar a linha sucessória da presidência da República, os brasileiros precisam redobrar as atenções. Isso porque o Senado passa a ser presidido interinamente pelo primeiro-vice-presidente da Casa, senador Jorge Viana (PT-AC), adversário declarado do Palácio do Planalto e que reza pela cartilha do alarife Lula.
Com a chegada de Viana na presidência do Senado, mesmo que na interinidade, a votação do projeto sobre abuso de autoridade ficará sob o comando do petista Jorge Viana. O que pode ser um fator de alto risco, pois o PT está cada vez mais encalacrado no Petrolão, o maior escândalo de corrupção de todos os tempos.
Não se pode esquecer que há no Congresso Nacional um movimento deliberado e covarde para inviabilizar a Operação Lava-Jato, contrariando as profecias irresponsáveis de algumas estrelas (SIC) do jornalismo nacional.
Essa ação rasteira materializou-se na última quarta-feira (30), quando deputados desfiguraram o pacote de medidas anticorrupção e aprovaram, na calada da madrugada, emenda ao projeto que prevê punição de juízes, procuradores e promotores que incorrerem no crime de abuso de autoridade.
Sorrateira, a manobra ganhou corpo a partir de emenda apresentada pelo deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA), cujo currículo, pontuado de escândalos, fala por si. Porém, o passo primeiro do processo de a desfiguração do pacote anticorrupção surgiu do desespero de próceres petistas flagrados na Operação Lava-Jato.
Temendo os efeitos colaterais e devastadores da delação premiada de 77 executivos e funcionários do Grupo Odebrecht, cujas informações arrastarão ao olho do escândalo mais de duzentos políticos, petista agiram nos bastidores para desenhar o golpe, deixando a operação a cargo de Weverton Rocha.
De tal modo, toda e qualquer pressão sobre o presidente interino do Senado (Jorge Viana) é extremamente importante e necessária, pois não se deve correr o risco de ver o plenário do Senado perpetrar um golpe contra o País, como aconteceu no julgamento do impeachment da agora ex-presidente Dilma Vana Rousseff.
No contraponto, na esteira da manobra criminosa patrocinada pelos deputados federais, líderes partidários no Senado haviam decidido, antes do afastamento de Renan Calheiros, que o momento não é o mais adequado para discutir e votar uma lei de abuso de autoridade, que na verdade objetiva engessar os investigadores da Lava-Jato.
05 de dezembro de 2016
ucho.info
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