A situação política que o país vive hoje é muito mais grave e tensa do que aquela representada pela crise do petismo enquanto este ainda estava no poder, e que desaguou no processo de impeachment. Na crise de então, havia uma presidente sem capacidade política e desprovida dos mínimos requisitos de competência pessoal necessários até mesmo para tentar levar adiante o legado recebido de seu antecessor, ainda que fosse um legado que inevitavelmente levaria o país no rumo do que de pior as políticas socialistas podem produzir: crise econômica, inchamento do estado, tentativas recorrentes de censura e de cerceamento da liberdade de expressão, traição dos autênticos interesses nacionais.
A crise do período petista podia portanto, à primeira vista, ser expressa e materializada na figura de uma pessoa, a ex-presidente, e em tese não se configurava como uma crise de natureza institucional. O impeachment possibilitou a aparente resolução dessa crise com a remoção da ex-presidente de seu cargo, remoção esta efetuada dentro do ordenamento institucional vigente. Mas a solução do impeachment serviu para mostrar também que a dimensão de nossa crise política é muito maior do que se queria fazer acreditar: a crise a rigor é de natureza institucional, pois o problema não estava e nunca esteve apenas na figura em particular da então chefe de governo, mas sim na elite política.
O comportamento recente da maioria dos integrantes da Câmara dos Deputados evidenciou a raiz da crise brasileira: a classe política, que forma um estamento burocrático e uma elite ocupados tão somente na preservação de seus interesses, que são distintos dos interesses da nação. O desafio que se coloca para o país hoje é reconhecer que existe uma crise de legitimidade política e de representatividade real de um dos três poderes da república, o parlamento. Soma-se a esse dado, a ilegitimidade e a inconstitucionalidade de vários decisões tomadas pela suprema corte do país que, guiada pelo câncer do ativismo judiciário, já há muito não se furta em extrapolar suas funções e passar a legislar sem ter mandato para esta atividade.
Portanto, o desafio com que nos defrontamos hoje vai muito além daquele do impeachment. O desafio consiste em saber enfrentar uma crise de legitimidade e mesmo de legalidade de dois poderes da república formalmente constituídos: o parlamento e o judiciário. É obrigação da sociedade civil organizada compreender hoje a natureza institucional dessa crise, reconhecer a sua origem como uma combinação perversa entre a tradição patrimonialista e corrupta da elite política nacional de um lado, com a esquerda marxista e suas políticas de engenharia social de outro (a aliança do petismo com o coronelismo político foi exemplar nesse sentido). Políticas de engenharia social que levaram a um grau de embrutecimento, violência e desagregação social de tal ordem que foram capazes de retirar o país do caminho de se constituir como sociedade civilizada.
O desafio dos segmentos organizados e informados da sociedade brasileira hoje é portanto fazer frente a essa crise institucional, encontrar soluções para essa crise que atendam aos interesses da nação. E soluções que também tenham por objetivo fazer com que o país possa retomar o rumo da civilização, rumo esse do qual nos afastamos há muito tempo.
06 de dezembro de 2016
critica nacional
A crise do período petista podia portanto, à primeira vista, ser expressa e materializada na figura de uma pessoa, a ex-presidente, e em tese não se configurava como uma crise de natureza institucional. O impeachment possibilitou a aparente resolução dessa crise com a remoção da ex-presidente de seu cargo, remoção esta efetuada dentro do ordenamento institucional vigente. Mas a solução do impeachment serviu para mostrar também que a dimensão de nossa crise política é muito maior do que se queria fazer acreditar: a crise a rigor é de natureza institucional, pois o problema não estava e nunca esteve apenas na figura em particular da então chefe de governo, mas sim na elite política.
O comportamento recente da maioria dos integrantes da Câmara dos Deputados evidenciou a raiz da crise brasileira: a classe política, que forma um estamento burocrático e uma elite ocupados tão somente na preservação de seus interesses, que são distintos dos interesses da nação. O desafio que se coloca para o país hoje é reconhecer que existe uma crise de legitimidade política e de representatividade real de um dos três poderes da república, o parlamento. Soma-se a esse dado, a ilegitimidade e a inconstitucionalidade de vários decisões tomadas pela suprema corte do país que, guiada pelo câncer do ativismo judiciário, já há muito não se furta em extrapolar suas funções e passar a legislar sem ter mandato para esta atividade.
Portanto, o desafio com que nos defrontamos hoje vai muito além daquele do impeachment. O desafio consiste em saber enfrentar uma crise de legitimidade e mesmo de legalidade de dois poderes da república formalmente constituídos: o parlamento e o judiciário. É obrigação da sociedade civil organizada compreender hoje a natureza institucional dessa crise, reconhecer a sua origem como uma combinação perversa entre a tradição patrimonialista e corrupta da elite política nacional de um lado, com a esquerda marxista e suas políticas de engenharia social de outro (a aliança do petismo com o coronelismo político foi exemplar nesse sentido). Políticas de engenharia social que levaram a um grau de embrutecimento, violência e desagregação social de tal ordem que foram capazes de retirar o país do caminho de se constituir como sociedade civilizada.
O desafio dos segmentos organizados e informados da sociedade brasileira hoje é portanto fazer frente a essa crise institucional, encontrar soluções para essa crise que atendam aos interesses da nação. E soluções que também tenham por objetivo fazer com que o país possa retomar o rumo da civilização, rumo esse do qual nos afastamos há muito tempo.
06 de dezembro de 2016
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