"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

"VEJA" DIZ QUE AS GRAVAÇÕES DE TEMER, GEDDEL E PADILHA SÃO DE BAIXA QUALIDADE

Marcelo Carelo gravou com o celular dentro do bolso

Depois de acusar a cúpula do governo de tentar pressioná-lo a liberar uma obra de interesse pessoal do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero entregou à Polícia Federal gravações das conversas que teve sobre o assunto com o presidente Michel Temer, com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e com o próprio Geddel. Em depoimento à PF, o ex-ministro narrou detalhes de como Temer e seus dois principais ministros teriam tentado forçá-lo a liberar a construção de um prédio residencial em uma região tombada pelo patrimônio histórico em Salvador. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, subordinado a Calero, havia embargado a obra.

Além de gravar Temer e seus dois ministros de confiança, o ex-ministro da Cultura registrou as conversas que teve com dois auxiliares do presidente. O próprio Palácio do Planalto obteve a confirmação da existência dos áudios. “As gravações não são de boa qualidade, porque foram feitas com um aparelho que aparentemente estava no bolso do Calero”, disse um ministro palaciano a Veja.

CENA DE NOVELA – O ex-ministro da Cultura Marcelo Calero já tinha mandado “um recado” pelo Facebook às vésperas do seu depoimento à Polícia Federal. Na terça-feira, antes de revelar que Temer tentou interceder em favor do ministro Geddel Vieira Lima, o ex-ministro compartilhou um trecho da novela Vale Tudo, exibida pela Rede Globo em 1988, onde a ambiciosa Maria de Fátima (Gloria Pires) tenta convencer o seu avô Salvador (Sebastião Vasconcellos) a aceitar suborno e fazer vista grossa a um esquema de contrabando de videocassete.

Na novela, Salvador se espanta com o pedido da neta:

“Você tem noção do que está me pedindo?”, questiona.

“Vovô, eu nunca pedi nada para ninguém. O que o Cesar pode estar trazendo… uns videocassetes?”, responde Maria de Fátima.

O avô fica sem reação frente a volúpia da neta: “Trinta e cinco anos de ministério, Fátima… Eu nunca na minha vida… eu nunca”, diz sendo interrompido por Maria de Fátima:

“Então está mais do que na hora de eu lhe perguntar por quê? Mas por favor, não vem com conceito abstrato de dignidade, princípio, honra, não! Eu quero que o senhor me explique na prática. A quem é que o senhor vai prejudicar se levar uma grana para deixar o amigo da sua neta passar umas bobagens”, diz Maria de Fátima.

No final da discussão, Salvador fala que aceitar o que ela estava pedindo iria prejudicar o Brasil. Maria de Fátima, ironicamente, começa a cantarolar o hino e conclui: “Vovô, o último homem honesto do Brasil”.

25 de novembro de 2016
Robson Bonin e Renato Onofre
Veja

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