O empresário Marcelo Odebrecht e 76 funcionários da Odebrecht começaram a assinar nesta quarta-feira acordo de delação premiada com procuradores da República de Brasília e de Curitiba, responsáveis pelas investigações da Operação Lava-Jato. Delatores e advogados de boa parte dos investigados estão em Brasília desde ontem para concluir a negociação que se arrasta desde o início do ano.
Os acordos, os mais esperados desde o começo da Lava-Jato, têm potencial para colocar em xeque o sistema de financiamento político do país, segundo disse ao Globo uma fonte que conhece o caso de perto. Pelas informações obtidas pelo jornal, os delatores fizeram acusações contra líderes de todos os grandes partidos da base governista e da oposição. Pelo menos 130 políticos, entre deputados, senadores, ministros, ex-ministros deverão ser atingidos. A previsão é que as assinaturas dos acordos sejam concluídas nesta quinta-feira.
Os delatores também teriam apontado o dedo contra, no mínimo, 20 governadores e ex-governadores. Uma das fontes disse ao jornal que as acusações vão atingir a reputação dos principais presidenciáveis do atual quadro político.
ACORDO NOS EUA – O grupo Odebrecht também está negociando acordos de leniência nos Estados Unidos, onde mantém negócios, e na Suíça, país usado para esconder seu núcleo financeiro de pagamento de propinas, além de no Brasil. Segundo dados obtidos pela agência Reuters, a negociação feita pela empresa nos três países deve superar o maior acordo de que se tem notícia, fechado 2008 pela alemã Siemens.
Naquele ano, a Siemens se comprometeu a pagar US$ 1,6 bilhão (R$ 5,1 bilhões) a autoridades americanas e europeias por ter sido flagrada num esquema de corrupção em licitações governamentais.
PLANALTO NÃO TEME? – O líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou nesta quarta-feira que o Palácio do Planalto não teme as delações premiadas de executivos da Odebrecht e que o melhor é que as investigações andem de forma “célere”.
“É bom que saia logo. O governo Temer não pode se pautar por um processo de delação, nem pela Lava-Jato. Tem que se pautar pelas necessidades do País. Todo mundo quer que a Lava-Jato ande célere. O melhor é agir com rapidez para que as investigações digam logo quem é quem” – disse.
E O PMDB, TAMBÉM? – Para o senador, que também é presidente do PMDB, a conclusão dessas delações deve ajudar a esclarecer os fatos e a superar as suspeitas que pairam sobre a classe política. “Esse assunto está no Judiciário, não pode impactar de antemão toda a classe política por causa de uma interrogação” – pontuou.
Jucá defendeu que, no PMDB, o que ocorreram foram doações oficiais e que, na época que foram feitas, a legislação as permitia. “O PMDB não teme, sempre agiu de acordo com a legislação. Doações de empresas, até mudarmos a lei, eram válidas, e foi o que o PMDB fez. Estamos tranquilos e aguardamos que a delação possa ser feita rapidamente, porque é importante que todos os fatos possam ser esclarecidos” – afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nesta época, sempre aumentam as candidaturas à Piada do Ano. O senador Jucá, que já responde a oito inquéritos no Supremo, resolveu concorrer com duas piadas simultâneas, sobre o Planalto e o PMDB. O fato concreto é que a cúpula da classe política está em pânico com a delação da Odebrecht, que vai levar de roldão também governadores e prefeitos. Como dizem Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, nada será como antes, amanhã.(C.N)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nesta época, sempre aumentam as candidaturas à Piada do Ano. O senador Jucá, que já responde a oito inquéritos no Supremo, resolveu concorrer com duas piadas simultâneas, sobre o Planalto e o PMDB. O fato concreto é que a cúpula da classe política está em pânico com a delação da Odebrecht, que vai levar de roldão também governadores e prefeitos. Como dizem Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, nada será como antes, amanhã.(C.N)
25 de novembro de 2016
Jailton de Carvalho
O Globo
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