"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

VENEZUELA CONSIDERA "INSOLENTES E AMORAIS" AS DECLARAÇÕES DE SERRA SOBRE O PAÍS


Serra não devia se meter em assuntos internos da Venezuela

A ministra de Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, rebateu nesta terça-feira (5), em tom ríspido, as reiteradas críticas do colega brasileiro, José Serra, contra o governo chavista. 
“A República Bolivariana da Venezuela rejeita as declarações insolentes e amorais do chanceler em exercício do Brasil”, escreveu Rodríguez no Twitter, em meio às comemorações pelo 205º aniversário da independência venezuelana.

“Serra se soma à conjura da direita internacional contra a Venezuela e viola princípios básicos que regem as relações internacionais”
, postou a ministra, uma das colaboradoras mais próximas de Maduro.

Desde que assumiu o Itamaraty, em maio, Serra vem acusando a Venezuela de violar princípios democráticos e de ser responsável pela escassez generalizada de alimentos e remédios que inferniza o dia a dia da população. 
Serra também apoiou publicamente o plano da oposição venezuelana de convocar o mais rápido possível um referendo para tentar revogar o mandato do presidente Nicolás Maduro.

GOLPE NO BRASIL


Rodríguez voltou a dizer que o afastamento da presidente Dilma Rousseff é um “golpe de Estado” contrário à “vontade de milhões de cidadãos que votaram [nela].”

O Brasil anunciou uma guinada na política externa sob comando do presidente interino, Michel Temer. Entre as mudanças mais palpáveis está a relação com a Venezuela, que já vinha esfriando ao fim do governo Dilma.

Nesta terça, Serra esteve em Montevidéu para falar com o presidente uruguaio, Tabaré Vásquez, do mal-estar gerado no Mercosul com a iminente transmissão da presidência rotativa do bloco, do Uruguai para a Venezuela.

O Paraguai se declarou abertamente contrário à presidência venezuelana, que, em tese, deve começar no dia 12. Chanceleres do bloco se reunirão na próxima segunda-feira (11) para tratar do tema.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Deslocado de posição, Serra foi um excelente ministro da Saúde. Mas agora, como chanceler, mais parece um macaco em loja de louças. 
A Venezuela é (ou era, até recentemente) um grande parceiro econômico do Brasil, que só perdia para a China nas importações venezuelanas. 
O Brasil não tem de se meter em questões internas de outros países, não importa qual. Como dizia o secretário de Estado Foster Dulles, “países não têm amigos, têm apenas interesses”. Foi uma sábia confissão a respeito da política externa dos EUA. (C.N.)


06 de julho de 2016
Deu na Folha

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