"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

JUSTIÇA x JUSTIÇA: ARTIGO DO GENERAL GILBERTO PIMENTEL, PRESIDENTE DO CLUBE MILITAR





Com uma canetada (dicionário informal), um ministro da mais Alta Corte, ordenou, em nome da justiça, que fosse posto em liberdade o ex-ministro do Planejamento do governo petista, Paulo Bernardo, sobre quem pesam gravíssimas acusações, ignorando os consistentes argumentos da JUSTIÇA de São Paulo, representada pelo Juiz da 6ª Vara Criminal, para prendê-lo provisoriamente.

Recordemos que depois de longas e meticulosas investigações, a Polícia Federal e a Procuradoria da República apuraram que ao tempo em que o acusado exerceu o cargo de ministro, no final de 2009, a empresa Consist Software, contratada para intermediar os empréstimos consignados feitos por bancos aos servidores da União, passou a destinar 70% do valor que ganhava com a taxa operacional dos empréstimos para o esquema de propina em favor de ladrões, incluído o próprio ex-titular do ministério.

Com isso, o valor daquela taxa, que deveria ser de cerca de 0,40 centavos por parcela paga pelo beneficiário do empréstimo, passou a ser de R$ 1,25. Milhões de reais foram surrupiados de modestos funcionários. Crime inominável praticado contra gente humilde e de poucos recursos.

O ministro do STF, sob o argumento, dentre outros, de “flagrante constrangimento ilegal”, quarenta e oito horas depois da prisão de Paulo Bernardo, determinou que ele fosse posto em liberdade.

Constrangimento ilegal foi também a expressão de que se valeu uma “indignada” senadora Gleisi Hoffmann no plenário do Senado para definir a prisão do marido. 
Coincidência? Não esquecer que o magistrado que determinou a revogação da prisão de Bernardo foi antigo servidor do petismo.

O ministro da Alta Corte desvaleu todos os relevantes motivos invocados pelo Juiz paulista para determinar a prisão do acusado, sobretudo os da possibilidade de ele obstar o prosseguimento das investigações comprobatórias do seu protagonismo criminoso.

Paulo Bernardo é visto como o Chefe do esquema. Há pouco tempo estava entre os 60 homens mais poderosos do país e junto com a mulher, senadora da República, respondem por desvio de dinheiro da Petrobras.

Vivemos tempos muito estranhos. Há um verdadeiro embate da JUSTIÇA X justiça. Não dá para compreender diferenças de interpretação tão acentuadas entre as instâncias judiciárias. 
A JUSTIÇA, não dá bom exemplo. Está aos nossos olhos agindo de forma politizada. Não é hora de condescender com a corrupção. O Brasil está sendo assaltado de todos os lados.

Por que, por exemplo, falar em perdão para um criminoso contumaz como José Dirceu, um dos principais envolvidos no Mensalão, justo no momento em que é denunciado por outros crimes praticados numa sequência que parece interminável? Há algo de muito podre nesse País.

Como admitir que um presidente de casa legislativa, envolvido até o pescoço com a JUSTIÇA, venha, da maneira mais cínica, propor mudanças nas regras que vigoram na Lava Jato, tentando destruir a única esperança que a sociedade tem hoje de colocar atrás das grades, ao menos, boa parte desses bandidos?

O que a justiça dos ministros do STF deve fazer de melhor neste momento é apoiar a ação da JUSTIÇA dos jovens juízes e promotores de Curitiba e de outros que os tenham como modelo e tratar de propor e aplicar penas que realmente “constranjam” a corja que se apossou de nosso País.

Não tem volta, a sociedade quer uma só JUSTIÇA. Exemplar e para todos.

06 de julho de 2016
Gilberto Pimentel, General, é Presidente do Clube Militar.

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