O presidente Michel Temer, desde a última quinta-feira, já tinha decidido demitir o advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, por uma série de erros cometidos por ele durante a semana, dentre eles uma carteirada na FAB e omissão no caso da liminar que devolvia à presidência da EBC o jornalista nomeado por Dilma.
Ao tomar conhecimento, logo na manhã de sábado, pela coluna do Moreno, de que seria demitido, Medina começou uma mobilização nacional para permanecer no cargo. Ligou cedo para o seu padrinho, o ministro Eliseu Padilha, que lhe pediu calma e recomendou silêncio absoluto, no que foi contrariado pelo advogado.
Depois de falar com Padilha, Medina começou a dar entrevistas, atribuindo o vazamento da sua demissão a integrantes do próprio governo, que estariam, segundo ele, a serviço das empreiteiras.
E começou a ligar para parlamentares, ministros e representantes da OAB, em busca de solidariedade, e conseguiu também um desmentido da FAB sobre a carteirada. A movimentação irritou profundamente Temer e o próprio Padilha, que, em entrevista à Rádio Gaúcha, criticou Medina por estar falando demais.
Depois de falar com Padilha, Medina começou a dar entrevistas, atribuindo o vazamento da sua demissão a integrantes do próprio governo, que estariam, segundo ele, a serviço das empreiteiras.
E começou a ligar para parlamentares, ministros e representantes da OAB, em busca de solidariedade, e conseguiu também um desmentido da FAB sobre a carteirada. A movimentação irritou profundamente Temer e o próprio Padilha, que, em entrevista à Rádio Gaúcha, criticou Medina por estar falando demais.
Temer esperava que amanheceria na segunda-feira apenas com o problema de Medina sobre a mesa de trabalho. Mas teve que dar prioridade ao caso Henrique Alves, denunciado por Rodrigo Janot ao STF como beneficiário do esquema de corrupção da Lava-Jato e, ainda, ao da ex-deputada Fátima Pelaes, nomeada mas ainda não empossada para o cargo de secretária da Mulher, denunciada também por envolvimento em irregularidades.
Enfim, em vez de um, o presidente teria que resolver três problemas. Tomou uma decisão inusitada: a de não tomar nenhuma decisão.
Assim, salvaram-se os três. O argumento, numa reunião com Padilha e com o ministro da Articulação Política, Geddel Vieira Lima, foi o de que Temer não poderia ser comandante de um Big Brother Político para eliminar a cada segunda-feira um participante do seu governo.
Assim, salvaram-se os três. O argumento, numa reunião com Padilha e com o ministro da Articulação Política, Geddel Vieira Lima, foi o de que Temer não poderia ser comandante de um Big Brother Político para eliminar a cada segunda-feira um participante do seu governo.
Tudo bem que não se deva, por questão de marketing, demitir ministro às segundas-feiras. Só nos outros dias úteis da semana. Cria-se mais uma moda da era Temer: não contem com quedas de ministros no primeiro dia da semana.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
Como se vê, desta vez Moreno amarelou. Até agora não entendeu que Medina Osório ia ser demitido por seu integral apoio à Lava Jato, e não por suposta “carteirada” e por “omissão na defesa da EBC”.
Ao invés de fustigar o “informante” que lhe deu as falsas justificativas para a demissão do ministro, prefere continuar a difamá-lo.
Quanto à afirmação de que Osório “conseguiu também um desmentido da FAB sobre a carteirada”, Moreno está dizendo mais bobagens e ofendendo a Força Aérea Brasileira, que não faz essas “armações” em notas oficiais nem aceita “carteiradas”.
Quando era chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff apareceu na base aérea de Brasília e exigiu um jatinho.
No dia seguinte, o oficial foi chamado ao Comando da Aeronáutica e recebeu um elogio pelo cumprimento de seu dever. Recentemente, foi promovido a coronel.
Se Moreno quiser, forneço o nome do oficial para que desta vez ele apure bem direitinho a notícia. (C.N.)
07 de junho de 2016
Jorge Bastos Moreno
O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário