Na quinta-feira (9), véspera do início da Eurocopa 2016, a França colocou sua segurança à prova. Um megashow do DJ francês David Guetta aconteceu, ao ar livre, aos pés da Torre Eiffel, e reuniu cerca de 90 mil pessoas.
O medo dos atentados e a persistente onda de conflitos sociais – com greves de transporte e de recolhimento de lixo, manifestações e mobilizações – continua afetando o país, um dia antes da partida inaugural entre França e Romênia no Stade de France, perto de Paris.
É importante lembrar que os arredores deste estádio foram palco de ataques suicidas no dia 13 de novembro, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico, que deixaram 130 mortos na capital francesa.
Acredita-se que oito milhões de torcedores compareçam à competição, entre eles dois milhões de estrangeiros. As forças de segurança e os serviços de informação se mobilizaram para impedir atentados nos estádios, nas “fan zones” e em outros lugares públicos.
Na quarta-feira (8), o zagueiro alemão Jérôme Boateng, que estava jogando no Stade de France em 13 de novembro, anunciou que por razões de segurança sua esposa e filhas não acompanharão as partidas da “Mannschaft” porque o risco é muito alto. “Vou me sentir melhor se minha família não estiver no estádio”, disse ao jornal Sport Bild.
O estado de emergência em vigor na França desde novembro foi prolongado até o fim de julho. Em um “esforço sem precedentes”, segundo o governo francês, 90 mil policiais, “gendarmes” (força militar, encarregada da realização de funções de polícia no âmbito da população civil) e agentes de segurança foram mobilizados para garantir a segurança durante a competição, que ocorrerá entre 10 de junho a 10 de julho.
O governo ainda lançou um aplicativo para telefones celulares chamado “Alerta atentado” para informar as pessoas sobre qualquer ameaça. O aplicativo permite alertar “em caso de suspeita de atentado ou de acontecimento” excepcionalmente grave.
Apenas um dia antes do início da Eurocopa, o lixo se amontoava nas ruas de dez dos vinte distritos de Paris como consequência de uma greve dos garis que também afeta outras cidades francesas.
As três principais usinas de tratamento de lixo próximas a Paris seguiam bloqueadas pelo décimo dia consecutivo, enquanto latas de lixo lotadas proliferavam na capital, passando uma imagem desastrosa aos turistas.
Também prossegue a greve na companhia ferroviária francesa (SNCF), que nesta quinta-feira foi prorrogada pelo nono dia consecutivo.
Após uma longa negociação, na qual o governo fez várias concessões sobre uma reforma das condições de trabalho dos ferroviários, um projeto de acordo segue esperando a assinatura dos sindicatos. Os apelos do presidente François Hollande e de seu primeiro-ministro, Manuel Valls, pelo fim desta greve foram ignorados.
No setor dos transportes, prosseguem as negociações na Air France para tentar evitar uma greve de pilotos de 11 a 14 de junho motivada por reivindicações salariais.
A esse cenário somam-se as mobilizações contra um projeto de reforma trabalhista, que já duram três meses em setores que vão do petrolífero aos portos e estaleiros, passando pelos da energia. Outra grande manifestação nacional foi convocada para o dia 14 de junho em Paris.
Sindicatos e organizações juvenis e de estudantes, que exigem a retirada do projeto de reforma trabalhista, considerado inaceitável por eles, também convocaram a “extensão das greves e ações” de protesto em todo o país.
10 de junho de 2016
ucho.iinfo
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