Estes são dias estranhos nos quais os poderes como um todo mostram que são capazes de toda a ordem de desatinos
Nesta inusitada semana em que os deputados José Geraldo (PT-PA) e Wladimir Costa (SD-PA) trocaram ofensas graves em plena reunião do Conselho de Ética da Câmara que discutia a situação do deputado Eduardo Cunha, surge a desconfiança de que a classe política conspira contra o país.
Estes são dias estranhos nos quais os poderes como um todo mostram que são capazes de toda a ordem de desatinos. Agora, e de forma surpreendente, a destituição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não interessa mais ao Planalto. E o motivo é simples: o parlamentar carioca é menos perigoso mantido no cargo do que liderando seu grupo em oposição ao Governo Federal.
Os pedidos do procurador da República, Rodrigo Janot, de prisão de caciques do PMDB – José Sarney, Romero Jucá, Renan Calheiros e Eduardo Cunha – ao Supremo Tribunal Federal tiraram o sono e ameaçam a governabilidade do presidente Temer.
Reunião do conselho de ética (Foto: Lula Marques/ Agência PT) |
Nesta inusitada semana em que os deputados José Geraldo (PT-PA) e Wladimir Costa (SD-PA) trocaram ofensas graves em plena reunião do Conselho de Ética da Câmara que discutia a situação do deputado Eduardo Cunha, surge a desconfiança de que a classe política conspira contra o país.
Estes são dias estranhos nos quais os poderes como um todo mostram que são capazes de toda a ordem de desatinos. Agora, e de forma surpreendente, a destituição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, não interessa mais ao Planalto. E o motivo é simples: o parlamentar carioca é menos perigoso mantido no cargo do que liderando seu grupo em oposição ao Governo Federal.
Os pedidos do procurador da República, Rodrigo Janot, de prisão de caciques do PMDB – José Sarney, Romero Jucá, Renan Calheiros e Eduardo Cunha – ao Supremo Tribunal Federal tiraram o sono e ameaçam a governabilidade do presidente Temer.
Não que o Planalto considere injustas as prisões daqueles que tentam barrar a Operação Lava Jato.
O problema é que a saída dos caciques pode atrasar votações importantes, como as medidas econômicas que já tramitam no Congresso ou as que serão enviadas em breve.
O caos político e institucional que impera sobre a capital mostrou ao presidente interino que se a coisa é ruim com Cunha, Sarney, Renan e Jucá, sem eles – acredite – o país se torna ingovernável. Temer precisa contar com os três mosqueteiros que – a exemplo do que ocorre no histórico romance escrito por Alexandre Dumas – são quatro, se incluirmos o “D’Artagnan” Cunha.
O Governo e os mosqueteiros peemedebistas torcem agora pela rápida passagem do tempo e que venha logo o recesso parlamentar em julho. Em seguida, a expectativa é que as atenções se voltem para os Jogos Olímpicos e, logo depois, com as eleições municipais – efemérides que deverão, na avaliação candanga, tirar os holofotes de Brasília. Para que eles possam fazer seus arranjos em paz.
No entanto, lideranças petistas não enxergam numa eventual prisão dos três mosqueteiros motivo suficiente para reverter o impeachment ou devolver legitimidade a Dilma Rousseff. Fora do campo de jogo, a presidente afastada ainda joga para a torcida: em entrevista à rede de TV Al Jazeera, do Qatar, ela acredita na reversão do impeachment pelo voto no plenário do Senado.
Os gritos de “vagabundo” e “picareta” – trocados pelos dois parlamentares paraenses – ainda ecoarão por muitos dias em nossos ouvidos, mesmo parecendo uma “lavagem de roupa suja” pelo território político paraense. São dois nomes para se jogar no lixo – mesmo destino que a classe política impôs a dias tão importantes para os rumos do país.
Estes são dias tão inacreditáveis e preocupantes que nem mesmo a prisão do “Japonês da Federal” foi motivo de surpresa ou piadas.
10 de janeiro de 2016
Claudio Carneiro é jornalista e parceiro do Opinião e Notícia
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Não importa se dois parlamentares se chamam de 'vagagundos' e 'ladrões'. Se eles têm razão ou deixam de ter. Há um fato mais importante a se observar.
O caos político e institucional que impera sobre a capital mostrou ao presidente interino que se a coisa é ruim com Cunha, Sarney, Renan e Jucá, sem eles – acredite – o país se torna ingovernável. Temer precisa contar com os três mosqueteiros que – a exemplo do que ocorre no histórico romance escrito por Alexandre Dumas – são quatro, se incluirmos o “D’Artagnan” Cunha.
O Governo e os mosqueteiros peemedebistas torcem agora pela rápida passagem do tempo e que venha logo o recesso parlamentar em julho. Em seguida, a expectativa é que as atenções se voltem para os Jogos Olímpicos e, logo depois, com as eleições municipais – efemérides que deverão, na avaliação candanga, tirar os holofotes de Brasília. Para que eles possam fazer seus arranjos em paz.
No entanto, lideranças petistas não enxergam numa eventual prisão dos três mosqueteiros motivo suficiente para reverter o impeachment ou devolver legitimidade a Dilma Rousseff. Fora do campo de jogo, a presidente afastada ainda joga para a torcida: em entrevista à rede de TV Al Jazeera, do Qatar, ela acredita na reversão do impeachment pelo voto no plenário do Senado.
Os gritos de “vagabundo” e “picareta” – trocados pelos dois parlamentares paraenses – ainda ecoarão por muitos dias em nossos ouvidos, mesmo parecendo uma “lavagem de roupa suja” pelo território político paraense. São dois nomes para se jogar no lixo – mesmo destino que a classe política impôs a dias tão importantes para os rumos do país.
Estes são dias tão inacreditáveis e preocupantes que nem mesmo a prisão do “Japonês da Federal” foi motivo de surpresa ou piadas.
10 de janeiro de 2016
Claudio Carneiro é jornalista e parceiro do Opinião e Notícia
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Não importa se dois parlamentares se chamam de 'vagagundos' e 'ladrões'. Se eles têm razão ou deixam de ter. Há um fato mais importante a se observar.
Pensem sobre essa frase: "o país se torna ingovernável sem Cunha, Renan, Sarney e Jucá...".
Desnecessário dizer que triste é o país que se ancora em quatro 'tipos' como esses, que muito além do oportunismo e do eterno poder que seguram a décadas, sem nada terem dado em troca ao país, ainda estão no miolo inviolável da semente da corrupção.
Surpreendente é o país acordar do seu 'sono eterno' para o espetáculo de horror que a Lava Jato desnuda aos olhos esbugalhados da nação.
Surpreendente é o país despertar mergulhado no caos econômico, social, roubado no seu voto pelo estelionato de um sonho vendido por marqueteiros imorais, irresponsáveis, negociantes da fantasia de um Brasil maravilha, construído pela falácia de um discurso mentiroso, que ocultava apenas um projeto de poder fascista, destinado a enriquecer uma quadrilha de bandoleiros, de criminosos, de delinquentes oportunistas, que se apropriaram de quantias estarrecedoras, sem qualquer pudor ou constrangimento, depois de expostos na mídia.
Já é rotina falar de escândalos e mensalões, e petrolões, e fundos de pensão etc...
A insegurança pública, o analfabetismo funcional, o analfabetismo crônico, as epidemias, o desemprego, inflação/recessão, um quadro que já faz parte do cotidiano da sociedade, como se fosse muito natural o estado caótico em torno do qual nos organizamos para sobreviver, e ainda se soma a cada domingo o "escândalo do dia", que mastigaremos pela semana a fora, engolindo-o à custo.
O Brasil transformou-se num caos politicamente patológico, onde absurdos incríveis fazem parte da paisagem. Minorias de toda ordem comandam e ordenam seus direitos acima da maioria, que se tornou contingente, um apêndice cuja reação é sempre incriminada pelo 'politicamente correto'.
As vozes dissidentes, que reagem à bagunça, são difamadas e perseguidas, sob o aplauso dos que ousam impor pelo grito e pela 'cusparada' as suas 'razões'.
Pergunto aos meus botões aonde chegaremos conduzidos pela grande balbúrdia plantada no coração institucional do país. Pergunto a eles se há, ou se houve, ocultas estratégias, um planejamento insidioso, perversamente calculado, para nos levar a esse estado caótico. Mas eles não sabem, ou sabem tanto quanto eu.
Pois é... Padecemos de anorexia ética.
Enquanto isso, "O mundo gira, a Lusitana roda.", ou "parece linho, mas é linholene."
Enquanto isso, "O mundo gira, a Lusitana roda.", ou "parece linho, mas é linholene."
m.americo
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