Em entrevista à revista francesa “L’Express”, divulgada na quarta-feira (29), a presidente afastadaDilma Rousseff afirmou que o ex-presidente Lula, o lobista-palestrante, será candidato à Presidência em 2018.
“É a razão principal do golpe de Estado: prevenir que o Lula se apresente à Presidência. Hoje em dia, apesar de todas as tentativas de destruir a sua imagem, Lula continua entre as pessoas mais amadas. Eu posso te dizer que ele vai se apresentar na próxima eleição”, afirmou a petista.
Indagada sobre como vê e espera a possível confirmação do afastamento no Senado, a petista disse sentir-se profundamente injustiçada quanto à forma como “foi tirada do poder”. Inclusive ressaltou que não cometeu crime de responsabilidade, mas apenas aprovou quatro decretos para créditos suplementares a fim de financiar, principalmente, hospitais.
“Não sou o primeiro presidente a agir assim. O Fernando Henrique Cardoso aprovou 23 decretos similares. Na verdade, [a acusação] é apenas um pretexto”, disse.
Durante a entrevista, Dilma voltou a defender o PT, a falar que não sabia do esquema de corrupção na Petrobras e a criticar os grampos divulgados pelo juiz federal Sérgio Moro. “Não importa o país do mundo, divulgar o registro de uma conversa do chefe de Estado seria um crime”.
Em outras palavras, Dilma falta com a verdade maneira acintosa, pois muitos delatores da Operação Lava-Jato já confirmaram que a presidente afastada sempre soube do Petrolão, assim como Lula. Desde agosto de 2005, o UCHO.INFO afirma que ambos (Lula a Dilma) sabiam do esquema criminoso que derreteu a Petrobras.
A petista também citou a queda de três ministros do governo interino por corrupção e que o momento político no Brasil “é grave”.
As seis páginas seguintes à entrevista com a presidente afastada são dedicadas à violência das favelas cariocas e a preparação do Brasil para a Olimpíada. Com o título de “As favelas, sangue de cima a baixo”, em tradução livre, o texto fala de diversos casos problemáticos como o resgate ao traficante Fat Family no hospital Souza Aguiar, da Rocinha como “longe” de ser exemplar e do desaparecimento do pedreiro Amarildo, até hoje sem explicação.
30 de junho de 2016
ucho.info
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