Na entrevista ao Estadão, Deltan Dallagnol afirmou que a sociedade precisa ficar vigilante para que a Lava Jato não seja enterrada, porque há muita gente poderosa e influente conspirando contra ela:
Estadão – É possível que um governo, ou mesmo que o Congresso, consiga dar fim à
Lava Jato?
Deltan – É sim possível e até provável, pois quem conspira contra ela são pessoas que estão dentre as mais poderosas e influentes da República.
Estadão – É possível que um governo, ou mesmo que o Congresso, consiga dar fim à
Lava Jato?
Deltan – É sim possível e até provável, pois quem conspira contra ela são pessoas que estão dentre as mais poderosas e influentes da República.
À medida que as investigações avançam em direção a políticos importantes de diversos partidos, a tendência é que aqueles que têm ‘culpa no cartório’ se unam para se proteger. É o que se percebe nos recentes áudios que vieram a público.
Neles, os interlocutores dizem que alertaram diversos outros políticos quanto ao perigo do avanço da Lava Jato. É feita também a aposta num ‘pacto nacional’ que, conforme também se extrai dos áudios, tinha como objetivo principal acabar com a Lava Jato.
Não podemos perder de vista que outras operações que antecederam a Lava Jato foram abruptamente encerradas sob alegações frágeis de ocorrência de nulidade, por exemplo.
Além disso, há o risco grande de retrocesso legislativo, como aconteceu na Itália, na operação Mãos Limpas.
Além disso, há o risco grande de retrocesso legislativo, como aconteceu na Itália, na operação Mãos Limpas.
Lá, os corruptos reagiram à investigação fazendo acusações incessantes de supostos abusos e aprovando projetos de lei que minaram a operação.
Foi aprovada, por exemplo, a chamada “lei salva ladrões”, que proibia a prisão preventiva em casos de corrupção.
Aqui também estão tentando de tudo.
Aqui também estão tentando de tudo.
Não podemos compactuar com a generalização de que políticos são ladrões porque ela pune os honestos pelos erros dos corruptos e desestimula pessoas de bem a entrarem na política, quando o que queremos é o contrário.
Contamos com a proteção de políticos comprometidos com o interesse público, mas não podemos menosprezar o poder das lideranças que estão sendo investigadas.
A sociedade precisa ficar vigilante para que a Lava Jato não seja enterrada.
13 de junho de 2016
in o antagonista
13 de junho de 2016
in o antagonista
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